“Não terminamos aqui”, vincou o dirigente socialista, que falava à comunicação social depois da apresentação do pacote de ajuda por parte do Governo. Lembrando que o Executivo começou a apresentar medidas para combater o aumento do custo de vida em março, segue-se agora o Orçamento do Estado.
“Portanto, o Governo vai continuar, tal como o Grupo Parlamentar do Partido Socialista, a analisar aquilo que se passa na economia portuguesa, aquilo que se passa junto das famílias portuguesas para calibrar as medidas, para aumentar e aprofundar umas que eventualmente sejam precisas ser reforçadas, ou apresentar novas que surgem de problemas novos”, garantiu.
Carlos Pereira assinalou que esta tarde decorreu “um debate proposto pelo PSD que, basicamente, era uma recomendação ao Governo para implementar um pacote de medidas que viessem a ajudar os portugueses nesta inflação que estamos a suportar de 1.500 milhões de euros”.
Ora, “o Governo apresentou há pouco tempo um pacote de 2.400 milhões de euros, já tinha apresentado um primeiro pacote de 1.600 milhões de euros de apoio às empresas e hoje mesmo acabou de apresentar mais um pacote de apoio às empresas de 1.400 milhões de euros. Estamos a falar de 5.400 milhões de euros de apoios”, salientou o socialista, voltando a mencionar que, “do outro lado, temos o PSD a propor 1.500 milhões de euros”.
“Não há comparação entre 5.400 milhões de euros de intervenção que o Governo está a fazer nas famílias e nas empresas, e 1.500 milhões de euros que propõe o PSD”, notou.
Assegurando que se trata de “duas visões completamente diferentes da forma de encarar a crise”, Carlos Pereira comentou que é normal que a oposição, “a cada medida apresentada para resolver problemas que têm vindo a surgir”, diga “que não gosta, que não quer, que não é bom, que não serve”. No entanto, “na maior parte dos casos, não tem alternativas e, quando as tem, são piores”, frisou.
“Isto é política de terra queimada”, considerou o vice-presidente da bancada socialista, que explicou que, a cada momento, o Governo e o PS estão a tentar, “dentro daquilo que são as restrições do país, implementar medidas dirigidas àqueles que mais sofrem com esta crise”.
“As medidas que hoje são apresentadas para as empresas são dirigidas àquelas que mais dificuldades têm, nomeadamente aquelas que são muito intensivas na energia”, afiançou Carlos Pereira, que defendeu que, “obviamente, é preciso dar condições do ponto de vista de meios financeiros para que outras empresas que também estão a sofrer com a crise possam, de alguma forma, ultrapassar as dificuldades e os custos que estão a ter com a crise e a tornarem-se competitivas”.