home

Não falta aos portugueses capacidade empresarial e de trabalho

Não falta aos portugueses capacidade empresarial e de trabalho

António José Seguro aproveitou a visita a uma empresa têxtil de Barcelos que fabrica equipamentos para campeões, entre os quais o jamaicano Usain Bolt, para vincar “a capacidade de vencer” dos portugueses.

O líder do PS lembrou que há 20 anos o têxtil era visto como um sector “em vias de extinção”, mas hoje “está bem e recomenda-se”, servindo para “ilustrar a capacidade dos portugueses de vencer os desafios”.

O secretário-geral socialista deu como exemplo a P&R Têxtil, em Barcelos, que hoje visitou, no âmbito do programa “As pessoas estão primeiro” que o vai levar a todos os distritos do país.

“Esta empresa trabalha hoje para as melhores marcas no plano mundial”, referiu, depois de uma visita à fabrica.

Para António José Seguro, não falta aos portugueses capacidade empresarial e de trabalho, mas tem de haver políticas públicas que “puxem” ainda mais por essa capacidade, para o país “sair da espiral recessiva” em que se encontra, políticas essas que não se compadecem com o discurso do primeiro-ministro sobre o salário mínimo nacional.

“Julgava que já tinha assistido a tudo o que o primeiro-ministro pudesse dizer de errado e de insensibilidade social. Quando lhe proponho o aumento do salário mínimo nacional no âmbito de uma concertação estratégica, e tenho a certeza que há disponibilidade dos parceiros sociais, e o que lhe ouço dizer é que ideal, ideal seria baixar, isso revela uma insensibilidade total por parte do primeiro-ministro”, criticou.

Sublinhou que há “muitos empresários” que recomendam, eles mesmos, o aumento do salário mínimo nacional, para terem a garantia de que haverá poder de compra para escoar o que produzem.

Este será o segundo dia desta iniciativa que vai percorrer todo o país, durante um mês, dando particular atenção aos temas que mais afetam a vida dos portugueses e que o Governo tem negligenciado com a política da austeridade custe o que custar. Nos vários concelhos, o secretário-geral do PS vai ouvir as preocupações dos jovens, dos idosos, dos empresários, das instituições de solidariedade social, dos autarcas. O itinerário foi criteriosamente escolhido em função dos graves problemas que afetam cada um desses concelhos. As questões relacionadas com a exclusão social, a saúde, a educação e a indústria, as dificuldades dos comerciantes e dos empresários, a agricultura, o ambiente e a cultura, constituem algumas das principais matérias em relação às quais o PS pretende dar ainda maior atenção e, ao mesmo tempo, realçar as deficiências da política governativa em relação a cada um destes sectores.

A PR Têxteis foi fundada em 1982 e a sua área de negócio é vestuário desportivo e de competição para algumas das mais conceituadas marcas e competições internacionais. Atualmente, segundo o seu site, emprega 127 pessoas. Esta empresa é considerada um exemplo de excelência num sector que há 15 anos muitos consideravam sem futuro.

O sector do têxtil é um dos mais importantes no distrito de Braga, embora o desemprego continue a ser um dos mais graves problemas da região. O distrito é o terceiro com o maior número de desempregados do país, ultrapassando as 67500 pessoas sem emprego segundo os dados oficiais do Instituto de Emprego e Formação Profissional. Quando analisados, estes números confirmam que entre as pessoas com menos de 25 anos, o desemprego atinge mais de 9100 jovens.

O PS defende uma alternativa credível que devolva a esperança aos portugueses e que aposte no progressivo aumento do grau de abertura da economia portuguesa, que sustentadamente reequilibre a balança de bens e serviços e reduza as necessidades de financiamento externo do país, bem como crie novos postos de trabalho, qualificados e com rendimentos do trabalho.

António José Seguro defende a criação de um Banco do Fomento e a promoção de instrumentos de financiamento e capitalização das empresas, nomeadamente das PME, de modo a que haja investimento, fomento das exportações e desenvolvimento dos recursos endógenos da economia nacional, dando particular atenção às regiões que sofrem processos trágicos de desertificação ou que estão deprimidas, seja no território continental, seja nas regiões ultraperiféricas.

Assumir a simplificação administrativa, a luta contra a burocracia e um eficiente funcionamento do Estado como fatores essenciais de competitividade e atração de investimento, são algumas das propostas apresentadas pelo PS.