MULHERES SOCIALISTAS DÃO MAIS FORÇA AO PS EM TODO O TERRITÓRIO
Num mundo cada vez mais desigual, a defesa de causas como o direito à igualdade de oportunidades, a conciliação da vida profissional e familiar ou a paridade, entre outras, assumem particular relevância. Não só porque se trata de avançar em direção a uma sociedade mais justa, mas porque, infelizmente, chegámos a tempos e a circunstâncias em que é preciso travar, com determinação, os retrocessos que forças de direita e de extrema-direita teimam em tentar impor. Na mira destas forças políticas estão, como alvos prioritários, as mulheres e as pessoas que integram minorias. É, por isso, cada vez mais relevante, o papel do Partido Socialista no combate a esta agenda retrógrada, um combate para o qual todas e todos estamos convocados.
Tem sido pela mão do Partido Socialista que têm sido alcançadas enormes conquistas nestes domínios e, nos últimos anos, tem sido particularmente visível o trabalho das Mulheres Socialistas-Igualdade e Direitos (MS-ID), uma estrutura partidária única na Europa, e no Mundo.
Foi sob a liderança de Elza Pais que, com a revisão estatutária que abriu portas à criação de estruturas de âmbito concelhio, a partir de 2018 as Mulheres Socialistas criaram núcleos de trabalho desconcentrados em todas as Federações, que permitiram a eleição de 148 Coordenadoras Concelhias 2020. O PS tinha, na altura, 21 026 militantes ativas. Em 2022, o número de Coordenadoras eleitas aumentou para 150, às quais se juntaram 58 mulheres que aceitaram ser “pontos focais” das MS-ID com o objetivo de dinamizar futuras estruturas concelhias. O número de mulheres militantes do PS cresceu para 26 717. Em 2024, existem 174 Coordenadoras Concelhias, líderes de equipas que envolvem mais de 4 mil mulheres, a trabalhar ativamente por todo o território nacional. O número de militantes ativas é agora de 33 198.
A análise destes números revela a atratividade destas estruturas: o número de militantes ativas cresceu 58% em 4 anos. Significa isto que, ao contrário do que “se dizia”, as mulheres preocupam-se com a política, estão disponíveis e interessadas em participar. Só precisam de espaço. Olhando para a realidade do próprio PS, contam-se pelos dedos de uma mão as mulheres que lideraram Federações Socialistas. Ainda hoje, em 19 federações, apenas uma, a de Bragança, é presidida por uma mulher, Berta Nunes.
As estruturas concelhias, coordenadas a nível distrital pelas Presidentes Federativas das MS-ID, lideram agendas políticas que são insubstituíveis e da qual nenhuma outra força política se ocupa: são agendas muito focadas, de natureza essencialmente social, desenvolvidas em proximidade com as pessoas e em diálogo permanente com a sociedade civil.
Esta intensa agenda de atividade assume particular relevância no mandato que agora começa, que é de preparação das eleições autárquicas: o PS, a maior força política no Poder Local, estará em condições de se apresentar ao eleitorado com quadros politicamente mais preparados, integrando nas suas listas mulheres que estão direta ou indiretamente envolvidas nestas estruturas.
As MS-ID são um caso único que a própria estrutura europeia das Mulheres Socialistas, a PES Women, reconhece como exceção: não há outro país onde uma estrutura positiva desta natureza se tenha afirmado com esta força. Não é demais lembrar que a Presidente Nacional Elza Pais tem vindo a integrar o Secretariado Executivo das PES Women e que, desde 2023, Rosário Gambôa é sua Vice-Presidente.
Tendo em conta os números já citados, importa apresentar também uma leitura a partir de outro ângulo: se é verdade que todas estas mulheres acrescentam valor político ao PS, não é menos verdade que as estruturas têm tido uma função de capacitação para a liderança. O número de mulheres presidentes de concelhias do PS era de 27 no último mandato, hoje são 57. Ou seja, cada vez mais o PS está a integrar lideranças de mulheres, reforçando os seus quadros políticos com pessoas bem preparadas, homens e mulheres, provenientes de diferentes áreas de formação e das mais diversas profissões, acrescentando competência e talento, além da diversidade.
Todos estes fatores concorrem para reforçar a importância do trabalho político que está a ser feito por esta estrutura em todo o país, como contraponto às tentativas de minimização do seu trabalho por visões menos atentas e menos conhecedoras da realidade. Apoiar e valorizar as estruturas concelhias de Mulheres Socialistas é apoiar o PS, acrescentar-lhe valor junto do eleitorado e é também apoiar a Igualdade de oportunidades entre homens e mulheres numa altura em que os valores humanistas e os próprios Direitos Humanos estão em perigo. Que o diga Kamala Harris, que, do lado de lá do Atlântico, enfrenta um adversário que tem tanto de perigoso para os próprios Estados Unidos como para o resto do Mundo.
É com um apelo à reflexão sobre a importância de não desperdiçar o talento das mulheres que vos desejamos boas férias. Na rentrée estaremos de regresso com força e energia redobradas.
La Salette Marques
Secretária Nacional para a Organização das MS-ID
Nota: Este texto integra uma rubrica regular da responsabilidade das Mulheres Socialistas – Igualdade e Direitos