“Agora que o debate se aproxima do seu final, é absolutamente cristalina a estratégia do Chega com esta moção de censura: decidiu trazer para esta câmara os desaguisados da direita, como se isso interessasse alguma coisa aos portugueses”, comentou o também Secretário-Geral Adjunto do Partido Socialista na fase de encerramento da moção de censura ao Governo.
João Torres lembrou que, “ao longo dos últimos anos, todas as grandes narrativas e mensagens da direita ruíram e falharam”, como esta tarde ficou demonstrado no debate, e deu alguns exemplos: “Diziam que ninguém investiria num país governado por socialistas”, mas “Portugal bateu todos os recordes de investimento direto estrangeiro”; “diziam que o salário mínimo nacional geraria desemprego”, no entanto “temos desemprego em mínimos históricos e o nível de emprego em máximos”; “mais recentemente disseram que estava em curso o maior corte de sempre das pensões no nosso país”, e a verdade é que “os pensionistas viram o seu poder de compra integralmente protegido e até por cima da aplicação da fórmula que está prevista na lei de bases da segurança social”.
O vice-presidente da bancada socialista defendeu depois que “o mês de setembro é bastante sugestivo para se discutir uma moção de censura”, porque “as famílias com filhos lembram-se do que pagavam pelos manuais escolares, lembram-se do que pagavam pelos passes dos transportes públicos, recordam-se do quanto pagavam pelas creches e que agora, progressivamente, vão deixar de pagar”.
“E têm bem presente o conjunto de medidas para mitigar os efeitos da inflação, da renda da casa e do crédito à habitação ao IVA zero”, acrescentou.
Dirigindo-se à bancada social-democrata, João Torres disse que “bem pode vir agora o PSD proclamar a sua nova paixão pela descida do IRS”, porque “o PSD viu a luz na descida do IRS sete anos depois de o Partido Socialista a praticar”.
E avisou que “o eleitor que rejeita o Estado social vai sempre preferir a proposta de origem da Iniciativa Liberal à imitação barata que agora é preconizada pelo maior partido da oposição”.