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Ministro Mota Soares é um “jogador de palavras”

Ministro Mota Soares é um “jogador de palavras”

O PS alertou hoje que os cortes nas prestações sociais já ultrapassam os mil milhões de euros e acusou o ministro da Solidariedade e da Segurança Social de ser “um jogador de palavras”.

O deputado socialista Nuno Sá afirmou que, “numa altura em que o Orçamento do Estado para 2013 está na Assembleia da República para ser discutido de forma séria e responsável, verifica-se que o Governo tem sido ele próprio um fator de instabilidade. O Governo primeiro apresenta propostas, mas depois retira-as por baixo de mesa, como foi o caso dos cortes nas prestações sociais, designadamente nos subsídios de desemprego de montante mais baixo”.

Segundo Nuno Sá, “é inadmissível” a atuação política do ministro da Solidariedade e da Segurança Social, “que tem muita dificuldade em lidar com a realidade e com a verdade” e que se tem revelado “um jogador de palavras, recorrendo a sucessivas fintas para tentar iludir os portugueses”.

“Na quarta-feira, o senhor ministro Mota Soares disse que os beneficiários do subsídio de desemprego não pagam impostos. Para o PS, estas afirmações são inaceitáveis, porque o Governo lançou impostos sobre quem recebe subsídio de desemprego, mais concretamente de seis por cento”, contrapôs.

Para além do caso dos subsídios de desemprego, o Governo “lançou impostos sobre o subsídio de doença com uma taxa de cinco por cento, sobre os beneficiários do rendimento social de inserção, que passarão a pagar mais seis por cento, e ainda sobre os idosos que beneficiam do complemento solidário, que pagarão mais 2,25 por cento”.

“Estamos perante uma carga brutal de impostos sobre quem recebe prestações sociais. É ainda preciso dizer que o memorando da troika, celebrado em maio de 2011, previa cortes na despesa com prestações sociais na ordem dos 350 milhões de euros, mas o senhor ministro Mota Soares, só no ano passado, já foi muito além desse montante”, defendeu.

Nuno Sá estimou que o Governo se prepara agora para cortar nas pensões acima dos 1350 euros, devendo arrecadar só nesta rubrica cerca de 450 milhões de euros.

“A verdade é que o memorando previa 350 milhões de euros de cortes na despesa e o ministro Mota Soares já fez neste momento 1042 milhões de euros na despesa. Não era preciso lançar esta carga fiscal sobre aqueles que beneficiam das prestações sociais”, acrescentou.