Durante a apresentação de ‘Uma visão para a Cultura’, no encontro ‘Oeiras Ignição Gerador’, realizada esta segunda-feira no Auditório Ruy de Carvalho e zona circundante, em Carnaxide, concelho de Oeiras, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, defendeu que os agentes culturais devem ter maior estabilidade e previsibilidade profissional depois do período de restrições impostas pela pandemia de Covid19.
O ministro considera que não se deve “colocar todo o debate e toda a questão na ideia de gastar só por gastar”, por isso, adiantou, é preciso “uma orientação clara e conferir coerência à iniciativa política”.
O responsável pela pasta da Cultura considera que “é preciso repensar” a orgânica da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
Nesse sentido, Pedro Adão e Silva pretende realizar uma “reorganização orgânica profunda” na Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), por forma a permitir que “os museus e os monumentos nacionais tenham uma autonomia e uma flexibilidade na gestão” que, não existindo, “limita a qualidade da oferta e também a capacidade de aumentar as receitas próprias, que é em si algo necessário e virtuoso”.
Esta reforma, de acordo com as palavras do ministro, assenta em “três princípios que correspondem a objetivos estratégicos da política cultural: modernizar, institucionalizar e democratizar”.
Pedro Adão e Silva especificou que a aplicação do princípio de modernização passa por “ser capaz de inovar, tanto naquilo que tem a ver com os modelos de gestão, com as práticas de gestão, como também no aproveitamento das oportunidades e até das tecnologias”.
Para o ministro, “institucionalizar”, explicou, “significa dar ao campo das políticas públicas uma cultura de previsibilidade, estabilidade e continuidade”.
Quanto ao princípio de “democratização”, segundo o governante, visa “garantir que todas as camadas da população e todas as regiões do país tenham de facto acesso à Cultura”.
Descentralização cultural
Pedro Adão e Silva anunciou, ainda, que o Teatro Nacional D. Maria II irá no próximo ano realizar espetáculos e promover formações em 90 concelhos do país (Continente e Ilhas) enquanto o teatro estiver encerrado para a realização de obras de remodelação.
Conforme adiantou o ministro da Cultura, nesta lógica de descentralização cultural, também a Companhia Nacional de Bailado, a Orquestra Sinfónica Portuguesa e para o Coro do São Carlos poderão chegar a mais pontos do país.