A dirigente destacou medidas recentes do governo que, segundo ela, representam um retrocesso em áreas essenciais, de que são exemplo a exclusão de imigrantes em vias de regularização do acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), referindo que esta decisão constitui uma “enorme mudança em termos de paradigma” e que “põe em causa o Estado social”. Referiu ainda que estas decisões são incompatíveis com os valores de igualdade e inclusão que deveriam orientar as políticas públicas.
Citando o artigo de opinião publicado pelo Presidente da República, reforçou a necessidade de “combater a discriminação, promover a igualdade e afastar exclusões”. Alexandra Leitão sublinhou ainda que o PS partilha esta visão e que as medidas do governo têm seguido em direção contrária, enquanto o executivo promove uma perceção de insegurança infundada que alimenta a “deriva de populismo securitário” e instrumentaliza as forças de segurança para criar distrações.
A saúde foi apontada como um dos temas mais preocupantes. A presidente do Grupo Parlamentar referiu que “este Natal foi o Natal em que as urgências obstétricas tiveram mais encerramentos nos últimos anos”, evidenciando o que considera ser a incapacidade do governo em enfrentar os problemas do Serviço Nacional de Saúde. Na habitação, destacou que “os preços das habitações atingiram valores recorde, impossibilitando a classe média de comprar casa”, e na educação, mencionou a falta de professores que afeta milhares de alunos em todo o país.
Por fim, acusou o governo de apresentar uma visão irreal e “bastante eleitoralista” sobre a situação do país, enquanto as suas ações têm pouco contribuído para resolver os problemas dos portugueses. Salientou que o momento exige não apenas discursos alinhados com a realidade, mas também medidas concretas que reforcem a solidariedade, a inclusão e o fortalecimento do Estado social.