Melhoria contínua da Educação confirma acerto do caminho prosseguido nas duas últimas décadas
“O nosso sistema educativo tem vindo a melhorar nas últimas décadas”, acentuou o governante, lembrando que desde a 1ª edição do programa de avaliação da OCDE, em 2000, “o PISA elogia Portugal pela evolução consistente”.
“Este relatório evidencia bem como há um caminho que se fez, de aprofundamento e de continuidade na qualidade da oferta do sistema educativo”, disse ainda Tiago Brandão Rodrigues, salientando também que tal como na generalidade dos países da OCDE, são “as escolas públicas que apresentam melhores desempenhos médios do que os estabelecimentos de ensino privado e cooperativo”.
Desmontar o mito do “facilitismo”
A melhoria consistente do desempenho dos alunos portugueses nas três áreas avaliadas pelo PISA vem ainda evidenciar o acerto do percurso sustentado das políticas públicas educativas levadas a cabo nestas duas décadas, desconstruindo, por um lado, o discurso do “facilitismo” e da crítica ao “eduquês” que marcou moda em anos recentes, inclusive por parte de quem teve responsabilidades governativas, e, por outro lado, recentrando o debate nos desafios que ainda importa superar.
Melhores resultados, menores desigualdades
Embora frisando que Portugal foi dos poucos países da OCDE que apresentaram uma melhoria dos resultados sem aumentar as desigualdades, Tiago Brandão Rodrigues chamou, contudo, a atenção para o indicador preocupante da elevada taxa de retenção, que em Portugal está particularmente associado ao contexto socioeconómico dos estudantes e aos alunos imigrantes ou filhos de imigrantes.
“Estamos, infelizmente, numa montra em que não queremos estar: a dos 3 países da OCDE que apresentam maior taxa de retenção, quase triplicando a taxa média da OCDE, que ronda os 13%”, salientou, defendendo a necessidade de um maior “esforço pedagógico e letivo adicional” neste campo e de assegurar “que a meta de 10% de redução do abandono escolar precoce é atingida em 2020”.
O ministro assinalou depois que as principais recomendações do PISA vão ao encontro das medidas de política educativa do programa do Governo, destacando, entre outras, a garantia de uma escola de qualidade para todos em todo o território nacional, a aposta na inovação pedagógica, o reforço da autonomia das escolas, a criação de programas específicos de apoio aos estudantes com maiores dificuldades ou o reforço da educação pré-escolar.
PIAAC vai voltar
Tiago Brandão Rodrigues anunciou ainda “que Portugal está de regresso ao PIAAC”, o programa de avaliação internacional das competências de adultos da OCDE, que, salientou, é “tão importante quanto o PISA é na avaliação dos jovens”.
Recordando que Portugal participou na 1ª ronda do programa, entre de 2008 a 2012, e que “infelizmente” abandonou de seguida, o governante revelou que o país integrará a 3ª ronda, que agora se inicia, sublinhando que este “será um instrumento precioso para monitorizar a evolução na qualificação de adultos”.
“Qualificar os adultos é verdadeiramente fundamental para este Governo e, justamente por isso, integra o primeiro dos eixos do Programa Nacional de Reformas, justamente o relativo à Qualificação dos Portugueses”, concluiu o ministro.