Medina assume compromisso de divulgar legado de Soares
Fernando Medina falava durante o tributo a Mário Soares, na capela do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, promovido pela autarquia lisboeta, e que contou também com intervenções do Presidente da República, do presidente da Assembleia da República, do primeiro-ministro e dos filhos de Soares.
O autarca lisboeta considerou que “a morte de Mário Soares culminou uma rica vida, intensa, carismática, que às vezes parece prodigiosa”, afirmando ser um dever “fazer dessa vida e da sua obra um exemplo, estudando-a, dando-a a conhecer e divulgando-a”.
“Por isso, quero aqui deixar à família, aos amigos e às instituições centrais da nossa República o compromisso firme da Câmara de Lisboa no total empenho para promover, divulgar o legado de Mário Soares”, disse, adiantando a intenção da autarquia em realizar “uma grande exposição” sobre a sua vida, como “um ato cívico e cultural, refletindo a vitalidade, a grandeza e o amor pela liberdade” do “principal fundador” da democracia portuguesa.
“Soares lutou por um Portugal livre, próspero, progressista e justo, numa Europa democrática, desenvolvida, solidária e de cultura, num mundo de cooperação e de paz. Neste recomeço do tempo que todo o ano é, estes são, afinal, os nossos votos para 2018”, concluiu.
“Não faltar a Soares é valorizar as suas causas de sempre”
Intervindo também na cerimónia, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, considerou que a melhor forma de evocar Mário Soares é “valorizar as suas causas de sempre”.
“Mário Soares faz-nos falta, Maria Barroso faz-nos falta. Não esqueço o que lhe devo, não esqueço o que lhe devemos. A melhor forma de não lhe faltarmos é valorizarmos hoje as suas causas de sempre: a democracia, o europeísmo, a justiça social, os direitos humanos”, afirmou Ferro Rodrigues.
“Mereceu o lugar que tem na história”
Por seu lado, o deputado e filho do fundador do PS, João Soares, evocou a memória do seu pai, defendendo que “mereceu o lugar que tem na história” de Portugal.
“O meu pai teve uma vida com momentos muito duros, viveu-a sempre com alegria e gosto, mesmo nas dificuldades. Mereceu – eu sei que sou suspeito em dizer isto – com a sua coragem, visão, cultura, serenidade, o seu amor a Portugal e aos portugueses o lugar que tem na história da nossa pátria”, considerou.
Da mesma forma que, acrescentou, “mereceu ter tido o primeiro funeral de Estado do Portugal democrático”, assinalado hoje com “uma exposição e uma homenagem belas”, que agradeceu.
Isabel Soares, por sua vez, lembrou o pai “corajoso, indomado e indomável”, referindo que os filhos e netos de Mário Soares e Maria Barroso, respeitarão o seu “legado de esperança, continuando a luta pela liberdade, pela democracia e pela tolerância”.
“Amava Portugal, que conhecia como ninguém, e acreditava nos portugueses e nas suas qualidades, mas sobretudo, amava a liberdade, a democracia e a tolerância”, recordou, acrescentando com emoção: “Era para o João e para mim, o nosso herói”.