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Medidas do Governo português têm permitido manter inflação entre as mais baixas da UE

Medidas do Governo português têm permitido manter inflação entre as mais baixas da UE

Desde fevereiro de 1993 que a taxa de inflação em Portugal não estava tão alta. O primeiro-ministro atribui a situação ao “elevado preço que a Europa está a pagar por causa da guerra na Ucrânia”, lembrando, contudo, que Portugal continuará a ter “a quinta taxa de inflação mais baixa da Europa”.

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António Costa

Os dados são do INE (Instituto Nacional de Estatística) e corroborados pelo gabinete estatístico comunitário, o Eurostat, que avançam que em Portugal, no mês de maio, a inflação medida pela taxa de variação homóloga do índice de preços ao consumidor terá chegado aos 8,1%, cerca de um ponto percentual mais em relação ao mês anterior, afirmando-se como o valor mais alto desde o longínquo ano de 1993.

Para António Costa, que falava aos jornalistas no final da cimeira extraordinária de líderes da União Europeia, em Bruxelas, trata-se de uma nova realidade que vem acrescentar mais um “fator de preocupação” às economias europeias, depois de uma crise pandémica de Covid-19, lembrando que os 27 Estados-membros, por causa da invasão desencadeada pela Rússia na vizinha Ucrânia, estão a “enfrentar um cenário muito difícil”, sobretudo marcado pela questão da energia.

Minimizar o impacto que a inflação tem na vida das famílias mais vulneráveis e nas empresas mais dependentes da energia é, como referiu António Costa, o que justifica o conjunto de medidas que o Governo tem no terreno para “mitigar a pressão sobre o aumento do preço da energia”, garantindo que têm sido estas iniciativas que, apesar de tudo, “têm permitido uma das inflações mais baixas no quadro da União Europeia”.

Medidas que passam, como assinalou, pela “redução do ISP e pela diminuição do preço da eletricidade”, aguardando o Governo português que a Comissão Europeia em breve aprove o mecanismo ibérico que “permitirá controlar esta subida dos preços”, evitando assim que a subida do custo do gás “contamine os valores da eletricidade”.

Resposta à crise alimentar

Aos jornalistas em Bruxelas, o primeiro-ministro referiu-se também ao apoio anunciado pelo Conselho Europeu aos esforços que as Nações Unidas e o seu secretário-geral, António Guterres, estão a dirigir, para que seja possível escoar as muitas toneladas de cereais retidas nos portos ucranianos, acusando a Rússia de estar, com este bloqueio, “a criar uma crise alimentar a nível mundial”.

Houve ainda oportunidade para António Costa recordar a participação neste Conselho Europeu, por videoconferência, do líder da União Africana e Presidente do Senegal, Marky Sall, que na ocasião expôs a situação “muito difícil” com que a maioria dos países africanos se deparam hoje perante a situação de carência alimentar, em particular pela falta de cereais, e a necessidade que sentem de que haja “respostas rápidas” para ultrapassar a grave situação alimentar que enfrentam.

Recorde-se que os líderes da União Europeia anunciaram, no final do Conselho Europeu de 24 e 25 de março último, a iniciativa FARM para contrariar a escassez de alimentos em países em situação de vulnerabilidade, causada pela guerra na Ucrânia, país considerado “o celeiro da Europa”.

Iniciativa que é baseada em três pilares: comércio, solidariedade e produção – e implica um trabalho multilateral, designadamente com a União Africana, para garantir o funcionamento eficiente dos mercados e fomentar a produção local, reduzindo assim os riscos de insegurança alimentar.

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