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“Mário Soares esteve sempre do lado certo das lutas”

“Mário Soares esteve sempre do lado certo das lutas”

Pedro Nuno Santos garantiu hoje que Mário Soares “esteve sempre do lado certo das lutas em que tomou parte” e sustentou que “Soares viveu a História, não como espectador, mas como protagonista e lutador incansável”.

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Durante a sessão evocativa do centenário do nascimento de Mário Soares na Assembleia da República, o Secretário-Geral do PS explicou àqueles que procuram “depurar o verdadeiro Soares” que o seu percurso não está marcado por contradições.

Aos que tentam distinguir o “verdadeiro Soares moderado do Soares radical”, Pedro Nuno Santos assegurou que “Mário Soares esteve sempre do lado certo das lutas em que tomou parte”.

“A vida política de Soares vale como um todo. E, para a avaliar, não podemos escolher o período que mais nos convém ou mais nos agrada, de acordo com a conjuntura do momento ou a posição que queremos defender”, vincou.

“Em tempos sombrios, Soares esteve do lado certo na luta contra a longa noite da ditadura”, e “esteve, em tempos de esperança mas também de aventureirismos, do lado certo na luta pela liberdade e pela democracia nos dois anos seguintes à revolução de Abril”, recordou o Secretário-Geral do PS.

Pedro Nuno Santos vincou que Mário Soares foi o “principal vencedor civil e político do 25 de Novembro”, mas “nunca hesitou sobre as datas mais marcantes da revolução”. E citou-o: “Houve cinco grandes datas marcantes na nossa revolução – o próprio dia 25 de Abril; o dia 1 de maio de 74, com a ratificação popular da revolução; as eleições para a Assembleia Constituinte em 25 de abril de 75, que legitimaram nas urnas o processo político iniciado um ano antes; o dia 2 de abril de 76, com a aprovação da Constituição. E a quinta data marcante foram as primeiras eleições legislativas, em 25 de abril de 1976”.

PS foi uma das suas maiores obras

O líder socialista defendeu, em seguida, que Mário Soares “esteve também do lado certo na prioridade dada ao processo de descolonização” e “do lado certo na convicção que a consolidação democrática exigia a rápida adesão à CEE”.

E destacou o seu “grande orgulho”: “O lançamento do Serviço Nacional de Saúde, a democratização da educação, a construção do Estado social democrático”.

“Soares esteve do lado certo na revisão constitucional de 1982 que pôs fim à tutela militar do regime democrático” e “do lado certo quando uniu o país após a sua eleição, em 1986, como ‘Presidente de todos os portugueses’”, sustentou.

Pedro Nuno Santos lembrou depois quando Mário Soares procurou “unir a esquerda contra uma direita radicalizada” e “promoveu, em 2013, dois encontros na Aula Magna que juntaram PS, PCP, Bloco de Esquerda, CGTP e UGT contra a austeridade e pelo cumprimento da Constituição”. E isto aconteceu “dois anos antes da esquerda se unir, de facto, para ‘destroikizar’ o país, o que viria a acontecer em 2015”, salientou.

No seu discurso, o Secretário-Geral do PS recordou a célebre frase “só é vencido quem desiste de lutar” e sublinhou que, “em democracia, perdem-se e ganham-se eleições, mas só quem desiste é vencido”.

Pedro Nuno Santos fez um resumo dos cargos políticos de Mário Soares: “Ainda antes da revolução, fundou e foi o primeiro Secretário-Geral do Partido Socialista. Depois da revolução, foi ministro dos Negócios Estrangeiros, deputado à Assembleia Constituinte, deputado à Assembleia da República, primeiro-ministro de três governos, e duas vezes Presidente da República. Foi ainda deputado ao Parlamento Europeu. Sempre com o voto do povo”.

“Estes cargos públicos tiveram um princípio e um fim. Mas o seu pensamento, a sua ação política e os resultados dessa ação vão perdurar”, assinalou.

Referindo que “o Partido Socialista foi uma das suas maiores obras”, Pedro Nuno Santos, em nome de todos os seus camaradas, reafirmou o “orgulho imenso no legado que Soares nos deixou”, comprometendo-se a tudo fazer para o honrar.

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