Mariana Vieira da Silva: “PS pretende ter o maior número de votos e o maior apoio às suas políticas”
“Vamos a eleições com um programa procurando obter o máximo apoio para ele e tendo a noção que pode ou não ser negociado com partidos posteriormente”, disse Mariana Viera da Silva, em entrevista à agência Lusa.
Nesse sentido, destacou que o primeiro-ministro, António Costa, “já afirmou muitas vezes a sua vontade de continuar este diálogo à esquerda qualquer que seja o equilíbrio parlamentar que saia das próximas eleições”.
Questionada sobre um possível acordo com o PSD, a ministra lembrou que o Partido Socialista “tem sido muito claro na ideia de que o bloco central é uma coisa que deve acontecer apenas excecionalmente e em momentos de emergência”.
Sobre os resultados das próximas eleições legislativas, Mariana Vieira da Silva afirmou que a existência de maiorias e sua dimensão só “se chega à conclusão depois”.
“O que é importante agora é que, qualquer partido que vá a eleições, e o PS não é exceção, pretende ter o maior número de votos e o maior apoio às suas políticas, faz parte da democracia”, precisou.
A ministra considerou que as maiorias absolutas na Europa “são residuais”, sendo “provavelmente uma tendência que vem para ficar nas democracias atuais”.
“A capacidade de negociar no parlamento é uma coisa importante”, sublinhou, destacando que o atual Governo e o PS se reveem “nas vantagens” da atual solução governativa.
“Julgo que o importante agora é cada um ir às eleições com o seu programa, discuti-lo, avaliá-lo e depois voltarmos. Tal como aconteceu em 2015, como toda a naturalidade, fazermos o debate que tivermos de fazer para constituir uma maioria no parlamento que possa dar continuidade a este equilíbrio”, frisou.
Na opinião de Mariana Vieira da Silva, a coligação parlamentar entre PS, PCP e BE significou “uma mudança que ficou para o futuro” e, por isso, “nada ficará como dantes”, nem mesmo as conversas sobre as maiorias absolutas.
“Nós derrubámos um muro e virámos uma página de não participação dos partidos à esquerda do Partido Socialista na definição de políticas, no caso não do Governo, mas da maioria parlamentar que o apoia”, frisou ainda.