Maria João Rodrigues pede combate à ideia de regresso às fronteiras
Estas posições foram transmitidas pela vice-presidente do Grupo Socialista e Democrata no Parlamento Europeu, durante uma conferência sobre o pilar social da União Europeia, que antecede a abertura formal da Convenção do PS em Gaia.
“Temos de dizer bem alto aos nossos parceiros de que se querem uma Europa dos cidadãos, então são precisos meios para investir em políticas sociais. Isso tem de se traduzir num novo orçamento comunitário, num novo fundo social, em meios nos orçamentos nacionais para o investimento, mas, também, na criação de algo que ainda não existe na Europa: Um orçamento para a zona euro”, advogou.
Maria João Rodrigues advertiu que os direitos sociais “não podem ser sacrificados em nome da estabilidade da zona monetária” e criticou o papel de neoliberais em várias instituições europeias.
Mas o principal alerta da eurodeputada socialista incidiu sobre “os perigos” das correntes populistas e de extrema-direita: “Aquelas sereias do nacional populismo que dizem que para proteger é preciso regressar às fronteiras nacionais, estão profundamente erradas”.
“Se há forma de proteger os cidadãos numa Europa aberta ao mundo, é com a agenda socialista, é com o pilar europeu dos direitos sociais”, contrapôs Maria João Rodrigues.
Antes, o ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, fez um rasgado elogio à ação desenvolvida no Parlamento Europeu por Maria João Rodrigues, que está a ser alvo de uma averiguação em Bruxelas na sequência de uma queixa relativa a alegado assédio laboral.
“Sem os avanços registados no Parlamento Europeu, sob a liderança de Maria João Rodrigues, não teríamos este pilar europeu dos direitos sociais e estaríamos mais atrasados na valorização da dimensão social da construção europeia. Esta dimensão da Europa é uma das razões que tornam importante o debate nas próximas eleições”, defendeu Vieira da Silva.
De acordo com o membro do Governo, em causa, nesse debate, está o aprofundamento ou não do pilar social.
“Se não o fizermos, não estamos a aproximar os cidadãos da Europa. Digo sem qualquer ideia de truncar a realidade: Estas eleições europeias serão decisivas para o futuro”, advertiu.