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Manuel Alegre recebeu Prémio Vida Literária

Manuel Alegre recebeu Prémio Vida Literária

O escritor e poeta Manuel Alegre foi ontem agraciado com o Prémio Vida Literária 2015/2016, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores, em cerimónia presidida pelo Presidente da República, que assinalou a data de 25 de abril, por si escolhida, como o “dia certo” para distinguir o homenageado.
Manuel Alegre recebeu Prémio Vida Literária

“Faz hoje 42 anos que renasceu a liberdade em Portugal, o dia certo para homenagear Manuel Alegre, o homem e a carreira. Porque se há criadores em que obra e vida se fundem, ele é um deles”, afirmou o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou ainda um elogio pessoal ao homenageado. “Significa a luta pela liberdade, a resistência à ditadura, a capacidade de perceber o que é fundamental no ser português, a capacidade de transmitir a alma portuguesa, a reconstrução da História de Portugal e uma junção única entre o lirismo e o lado épico e militante da poesia”, afirmou.

No discurso que proferiu, Manuel Alegre chamou a atenção para a prioridade que a disciplina de História deve voltar a merecer no ensino, desejo que foi “integralmente” corroborado por Marcelo Rebelo de Sousa, tendo aproveitado também para saudar a intervenção “pedagógica” do Presidente da República na sessão solene do 25 de Abril.

“Deixo aqui um apelo ao senhor Presidente da República, ao primeiro-ministro e aos deputados para que a disciplina da História volte a ser uma prioridade no ensino”, defendeu.

“Tenho muitas vezes a sensação de que as pessoas, sobretudo a gente mais nova, sabe muito pouco da História de Portugal e da Europa, sobretudo da História de Portugal. Temos de saber quem fomos para sabermos o que somos e o que é que queremos ser”, reforçou.

Depois, saudou o discurso “pedagógico” proferido, horas antes, por Marcelo Rebelo de Sousa na Assembleia da República. “Há qualquer coisa no ar, há qualquer coisa que está a renascer. Um certo espírito de abril começou a renascer hoje na sessão da Assembleia da República com a presença dos militares de abril, que há uns tempos que já lá não iam, e com o discurso do senhor Presidente”, sublinhou.

“É um discurso que retoma o espírito do 25 de abril, faz o elogio do 25 de abril e das transformações que provocou em Portugal, e faz um discurso muito pedagógico. Falou sobretudo para os mais novos, porque, para nós, que lutamos contra a ditadura e sofremos a ditadura, o 25 de abril tem um significado imediato”, salientou, acrescentando que os mais velhos devem explicar aos mais novos o significado do 25 de abril e que é importante haver “consciência coletiva” de que “muita coisa foi feita, mas que ainda há muita coisa para fazer”.

A cerimónia, que decorreu no salão nobre da sede da Caixa Geral de Depósitos, contou ainda com a presença do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, do primeiro-ministro, António Costa, do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, e de outras personalidades ligadas à política e à cultura.