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Manuel Alegre: “Eu estou aqui pela democracia que nós construímos”

Manuel Alegre: “Eu estou aqui pela democracia que nós construímos”

A oito dias das eleições e garantindo que nada está decidido, Manuel Alegre apelou hoje ao voto para “realizar a utopia de vencer Cavaco”, considerando o apoio manifestado pelo PCTP/MRPP “um reforço do leque político” que está com a candidatura.

 

No comício desta noite em Viana do Castelo, o candidato presidencial Manuel Alegre – acompanhado pelo dirigente socialista, Augusto Santos Silva – afirmou que “nada está decidido” nas eleições presidenciais de dia 23 de janeiro.
“E as pessoas começam a compreender a importância desta batalha política e eu que tenho uma longa experiência de luta política e de luta eleitoral estou convencido que vamos a caminho da segunda volta”, realçou.
O candidato presidencial garantiu que não o diz “por dizer”.
“O próprio candidato Cavaco Silva começa a dizer coisas um pouco estranhas. Já chamou louco a um candidato, chamou medíocres a jovens que não estão na sua candidatura. Ele começa a demonstrar uma certa perturbação e um certo nervosismo porque começa a compreender que vai ter que disputar comigo a segunda volta das eleições presidenciais”, reiterou.
 “Mas eu não sou refém de ninguém, não sou refém de nenhum apoio político. [Cavaco Silva] começa a ser refém dos partidos que o apoiam e querem ir para o Governo encostados a ele e empurrados por ele”, afirmou.
Garantindo ter “uma visão europeísta” mas sem complexos de inferioridade, o candidato disse que os portugueses não são “europeus de segunda” mas sim “de primeira”.
“Faltam oito dias. Muita gente não acreditou, muita gente teve dúvidas mas muita gente começa a compreender agora aquilo que está verdadeiramente em jogo. Eu estou aqui pela democracia que nós construímos”, enfatizou.
Alegre dirigiu-se ainda aos jovens para que “não se desinteressem” da política.
“Não se afastem da política porque se deixam a política a outros esses vão fazer a política contra os vossos interesses”, pediu.
No oitavo dia da campanha para as presidenciais, o dirigente socialista, Augusto Santos Silva, também presente no comício de Manuel Alegre, disse que Portugal precisa de um Presidente da República que não se meta onde não é chamado.
Augusto Santos Silva falava no comício da candidatura presidencial de Manuel Alegre, no Teatro Sá de Miranda.
 “O Presidente da República deve ser um garante do funcionamento das instituições, não torpedeia as instituições, não se mete onde não é chamado, porque não lhe compete disputar eleições legislativas e não lhe compete querer tutelar governos, nem definir os rumos das políticas públicas”, disse Augusto Santos Silva.
 “O compromisso essencial do Presidente da República deve ser o da imparcialidade, deve ser o Presidente de todos os portugueses, porque será o supremo magistrado da Nação. O Presidente da República não é chefe de fação, nem tem seus tutelados nas fações políticas ou partidárias”, acrescentou.
No plano da representação externa do Estado Português, Santos Silva deixou a seguinte nota: “Não precisamos de provincianos na Presidência da República, queremos cosmopolitas cidadãos do mundo”.
“Nós não queremos quem se cale com receio daqueles que querem dar cabo do projeto de construção europeia, quero a voz de Manuel Alegre”, disse.
 “Quero essa República de todos, essa República que não pratique censura de livros mesmo que a propósito de candidaturas a prémios internacionais”, declarou.