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Mais participação de género nas empresas vai a discussão na concertação social

Mais participação de género nas empresas vai a discussão na concertação social

O aumento da participação de género nas administrações de empresas vai ser levado nas próximas semanas à concertação social, anunciou o ministro Ajunto, Eduardo Cabrita. O objetivo do Governo passa por alcançar uma quota de 40% de mulheres nas administrações de empresas do Estado e de 33% nas empresas cotadas em bolsa, até 2020.
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Em Leiria, onde participou no terceiro debate do ciclo «União Europeia – 30 anos, 10 debates», dedicado às políticas de igualdade, Eduardo Cabrita avançou que este tema será discutido com os parceiros sociais integrando um pacote mais abrangente em matéria de igualdade de género, que terá em conta outras dimensões como “a discriminação salarial e a garantia de conciliação entre vida profissional e vida familiar”.

O ministro explicou que o aumento da participação de mulheres nos cargos de topo das empresas será gradual, estando definidos objetivos de que até 2018 se alcance já uma participação de 25% de mulheres nas empresas cotadas em bolsa e de 33% nas empresas da administração pública.

Salientando não haver, neste momento, “nenhuma empresa do PSI20 liderada por uma mulher”, Eduardo Cabrita defendeu que a igualdade de género é “uma questão de homens e mulheres, uma questão de cidadania”, considerando que “deve ser central no mundo do trabalho e da empresa”. “Não é admissível que nenhum banco ou grande empresa tenha mulheres na liderança”, reforçou.

Ainda assim, o governante apontou para a existência de “sinais de novos tempos”, assinalando a nomeação de Maria João Carioca para liderar a Bolsa de Lisboa e a futura liderança da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, que terá de ser assumida por uma mulher, face à lei que prevê rotação de género na liderança desta instituição.

Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, também presente no debate, realçou que a adesão de Portugal à União Europeia representou igualmente uma oportunidade para ajudar o país a corrigir desigualdades. “Sempre que corrigimos as desigualdades de género avançamos. Avança a economia, avança a sociedade, avança a cidadania”, frisou.

Neste debate, integrado no ciclo que assinala os 30 anos de adesão de Portugal ao projeto europeu, participaram ainda a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques, e a eurodeputada socialista Liliana Rodrigues, entre vários intervenientes.