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Mais 3 mil milhões de euros de austeridade no OE

Mais 3 mil milhões de euros de austeridade no OE

O deputado Pedro Marques revelou que o Orçamento do Estado para 2014 trará um “enorme novo pacote de medidas de austeridade”, não constando no documento medidas de criação de emprego.

O vice-presidente da bancada socialista Pedro Marques revelou que a audição “confirmou os nossos receios da adoção de um enorme novo pacote de medidas de austeridade no Orçamento do Estado de 2014, [que inclui] medidas de cortes salariais na administração pública”, depois de uma reunião com membros do Governo, na Assembleia da República.

“O desvio nas contas de 2013 significa mais medidas de austeridade para 2014. Os membros da delegação do Governo repetidamente falaram num efeito de ‘carry over’”, ou seja, “como o défice de 2013 que passa para 2014 é mais elevado do que o Governo previa, há mais medidas de austeridade”, explicou. Segundo Pedro Marques, essas medidas são superiores às que estavam previstas na carta que o primeiro-ministro enviou à troika a 3 de maio.

O Orçamento do Estado para o próximo ano tem “uma ausência de resposta à questão do desemprego”, sem “nenhuma pista sobre medidas, qualquer tipo de medidas de apoio social, de apoio à coesão social, para a minoração da situação dos centenas de milhares de desempregados do país”. “Infelizmente, os desempregados continuam a ser uma variável no ajustamento, nos cenários macroeconómicos do Governo”, considerou.

O Partido Socialista denuncia que o que se avizinha para 2014 “são mais efeitos recessivos de medidas muito superiores a 3 mil milhões de euros de austeridade”. “O Governo insiste na receita, insiste na dose, não fala aliás em qualquer alternativa”, acrescentou.

Assim, “o Governo confirmou as notícias reproduzidas desde ontem, de grandes cortes e de uma alteração profunda da estratégia salarial, com cortes muito significativos e logo a partir dos 600 euros, nos salários da administração pública”, confirmando, também, os cortes anunciados para as pensões.

“Nós consideramos que fazer consolidação orçamental neste ambiente recessivo não resulta como não resultou em 2012 e 2013”, sublinhou.