O titular da pasta da Administração Interna, que acompanhou o primeiro-ministro, António Costa, numa visita ao concelho, acompanhando diversas ações no terreno de prevenção e segurança junto das populações, deu como exemplo de “alteração de paradigma” a distribuição do investimento, que passou de 80% para o combate e 20% para a prevenção, em 2017, para 46% já destinados à prevenção em 2022, uma aposta estratégica reforçada este ano, com 329 milhões de euros, o que corresponde a 62% do investimento, para prevenção e 200 milhões de euros para o combate.
“Esta é uma demonstração de que o percurso feito desde 2017 corresponde a uma visão estratégica de médio e longo prazo e consubstancia uma alteração do paradigma na abordagem à questão dos incêndios florestais no que tem que ver com a prevenção estrutural de médio e de longo prazo e na mais imediata, confiada ao combate”, afirmou.
O líder do executivo socialista, por seu lado, depois da visita efetuada no concelho de Mação, realçou, também no Sardoal, o trabalho feito tanto na reforma da floresta, como na prevenção e sensibilização das populações.
“Hoje tivemos oportunidade de ver [em Mação] um dos elementos mais importantes da reforma da floresta que está em curso, que é a criação das áreas integradas de gestão da paisagem”, disse António Costa, salientando depois dois exemplos dados pelo autarca do Sardoal, de um incêndio que foi travado por um olival e de outro que parou “quando encontrou uma vinha”, como prova da importância de uma paisagem diversa, com diferentes tipos de ocupação do solo.
Acompanhando a ideia destacada pelo primeiro-ministro, José Luís Carneiro salientou que, mesmo com um sistema de combate “eficaz” e capacitado, “há momentos extremos” em que nem sequer é possível usar os meios, defendendo a importância do trabalho de prevenção, sensibilização e proteção das populações, como o que foi observado durante a tarde no Sardoal, no âmbito da iniciativa ‘Raposa Chama’e dos programas ‘Aldeia Segura’ e ‘Pessoas Seguras’.
Apontando os dados que mostram que, do passado dia 1 de janeiro até ao fim de abril, 64% dos incêndios se deveram a negligência no uso do fogo, de máquinas agrícolas ou florestais, o governante insistiu na importância crítica do “trabalho de informação, de sensibilização, de capacitação” das populações.