Lisboa recebe conferência sobre envelhecimento
“Uma maior solidez da intervenção nesta área porque estamos a falar de desafios e problemas que correspondem a uma parcela crescente nas nossas comunidades e que no espaço de duas, três décadas terão um peso determinante em muitas sociedades europeias”, sublinhou o governante português, titular da pasta do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, na antevisão da iniciativa.
A conferência, de onde vai sair a Declaração de Lisboa, com as linhas orientadoras de atuação para os próximos cinco anos, reúne na capital portuguesa os ministros que tutelam esta área dos 49 Estados-membros da UNECE, além de representantes de outras entidades, como as Nações Unidas, a Comissão Europeia e a Organização Internacional do Trabalho.
Vieira da Silva explicou que o “grande objetivo” de todos os países que estão juntos nesta comissão é o de conseguir que o trabalho que tem vindo a ser feito nos últimos anos sobre o envelhecimento signifique uma “solidificação” deste tema, como acontece em outras áreas das Nações Unidas.
Chamando a atenção para o facto de a Europa ser das regiões do mundo com um índice de envelhecimento mais elevado, e sublinhando que Portugal, em particular, é um dos países onde essa realidade é mais intensa, o governante português destacou, de entre as questões que são merecedoras de reflexão, a manutenção das pessoas mais velhas no mercado de trabalho, a transição da vida ativa para a reforma, ou ainda a questão do isolamento.
“São tudo questões que para nós são externamente importantes”, afirmou, reforçando que, “naturalmente, são áreas que nós gostaríamos que fossem realçadas na carta”.
O “Contrato-Geração”, uma medida que o Governo pretende implementar até ao final da legislatura, conciliando a manutenção de trabalhadores mais velhos em tempo parcial com a contratação de trabalhadores mais jovens, foi um dos exemplos de política dirigida para o reforço do envelhecimento ativo em Portugal, a par do papel da economia social e das organizações de natureza associativa.
A conferência, que vai decorrer durante três dias, conta ainda com a participação, na qualidade de observadores, dos países de língua oficial portuguesa e de outros onde existem comunidades portuguesas de significativa expressão, como China, Japão, Índia, África do Sul, Canadá ou Rússia.