Para António Costa, que falava esta manhã no terminal ferroviário de Campanhã, no Porto, avançar com a linha de alta velocidade ferroviária entre as duas principais cidades portuguesas e a cidade galega de Vigo é não só um projeto que reúne hoje uma “tranquila” aceitação por parte da larga maioria das forças políticas, económicas e autárquicas do país, como reúne todas as garantias de que poderá avançar, desde já, sem “sobressaltos” que a possam pôr em causa.
Lembrando que projetos estruturantes com esta dimensão, com esta envergadura e com este peso no contexto nacional, sejam na área da rodovia, ferrovia ou aeroportuária, “transcendem sempre qualquer maioria”, o primeiro-ministro mostrou particular satisfação por o projeto de alta velocidade ter granjeado um “grande consenso nacional”, tendo sido já validado, como salientou, por mais de dois terços dos deputados da Assembleia da República.
O primeiro-ministro fez questão de sublinhar que este é um projeto que há muito tempo que é reclamado pelo país, por ser “essencial” para responder às “necessidades de desenvolvimento” de Portugal, garantindo tratar-se de um equipamento com o potencial para responder às exigências do “futuro do futuro”. Reafirmando a sua total confiança nos investimentos que têm sido feitos pelos governos do PS, que são “soluções para o futuro e não problemas que ficam para outros resolver”, António Costa garantiu haver condições para que nesta legislatura “as obras possam ser iniciadas e seguirem viagem”.
Provas dadas
Na apresentação do projeto de alta velocidade, que decorreu esta manhã na cidade do Porto, no terminal ferroviário da Campanhã, o líder do Governo lembrou que, “apesar dos tempos exigentes” trazidos pela pandemia, o país “nunca perdeu o norte”, sabendo sempre e a cada momento “ultrapassar os períodos mais difíceis”, uma receita que, segundo António Costa, terá agora de ser reiterada perante a crise económica e financeira levantada pela guerra na Ucrânia, para de novo continuar a apoiar o presente e “abrir o futuro ao futuro”.
O primeiro-ministro lamentou que a ferrovia tenha sido, nas últimas décadas, “o parente pobre” do investimento público, declarando que “muito se poderá ainda fazer em relação ao que ainda falta fazer”, elencando depois os investimentos que os governos do PS têm vindo a fazer na ferrovia, sobretudo desde 2015, quer na reabertura de alguns troços ferroviários, quer na melhoria de muitas linhas, quer ainda nos investimentos já realizados na renovação das composições que estavam ao abandono, o que tem de ser visto, como lembrou, “como uma enorme oportunidade para a indústria nacional”, mas também na aquisição de novo material circulante.
Este não é apenas, como disse o primeiro-ministro, um projeto que se limita a olhar e a valorizar as duas principais cidades nacionais e a cidade galega de Vigo, mas uma iniciativa que pretende ir mais longe, “unindo e servindo” todo o país, com o reforço claro da “fachada atlântica”, admitindo António Costa que este possa ser “um primeiro passo para a integração da ferrovia portuguesa na rede ibérica de alta velocidade”.