Falando na sessão comemorativa do Dia Mundial da Língua Portuguesa, que teve como palco o Museu Nacional do Teatro e da Dança, em Lisboa, António Costa realçou já é hoje falado por 260 milhões de pessoas, número que se estima possa aumentar para quase o dobre no final do século, sendo uma língua que “está em crescimento” e que “será cada vez mais relevante em todos os domínios”, desde a ciência, passando pela atividade económica e – “sempre” – na cultura.
“Esse interesse vai ser cada vez maior, não apenas por sermos a língua mais falada do hemisfério sul, a quarta mais falada a nível mundial e a quinta na internet, mas também por ser uma língua que terá um crescimento demográfico muito significativo. Hoje somos 260 milhões, brevemente seremos 400 milhões e no final do século tudo indica que serão 500 milhões a falar português”, apontou o líder do executivo português.
Neste contexto, António Costa retomou a ideia da importância de prosseguir o investimento no seu ensino, dando como exemplo vivo os prémios de conto em língua portuguesa, atribuídos durante a cerimónia: “Todas as vencedoras estudam no estrangeiro, e isto mostra a importância do ensino da língua nos países estrangeiros onde há comunidades ou onde há um interesse crescente pela nossa língua”.
Na sua intervenção, tendo a ouvi-lo embaixadores e representantes diplomáticos de Estados-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), o primeiro-ministro destacou também que todos os países de expressão portuguesa vivem hoje em democracia, o que se afirma como um fator acrescido de enriquecimento e desenvolvimento.
“Este ano pudemos celebrar o momento em que o tempo de liberdade ultrapassou a duração do de ditadura e é por isso que estes países falam todos em liberdade. Há 49 anos Portugal e o Brasil viviam em ditadura e todos os outros povos estavam privados de liberdade pelo colonialismo. Agora todos podemos expressar-nos com uma língua livre e esta liberdade ajudará a enriquecer cada vez mais a nossa língua”, concluiu.
António Costa, que esteve acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e pelo secretário de Estado da Cooperação, Francisco André, inaugurou ainda, no espaço do Museu, uma exposição intitulada ‘Mulheres Saramaguianas’ no âmbito das comemorações do centenário do nascimento de José Saramago, o único autor de língua portuguesa distinguido com o Prémio Nobel da Literatura.