Líderes do PS e do SPD alemão defendem uma Europa mais social e com mais emprego
Os líderes do PS, António José Seguro, e dos sociais-democratas alemães (SPD), Sigmar Gabriel, encontraram-se hoje em Lisboa. Na opinião de ambos, a Europa só reconquistará a confiança dos cidadãos com políticas sociais de emprego e de crescimento.
Sigmar Gabriel, que é também vice-chanceler do Governo alemão, não concorda com a política económica e financeira atualmente dominante na Europa e defende que “através da austeridade não conseguiremos a recuperação. A confiança só se conseguirá se não forem sempre os mesmos os penalizados, os jovens, os trabalhadores e os reformados”, disse, acrescentando que “os cidadãos só terão confiança numa Europa social e com emprego”.
António José Seguro lembrou o apoio dado pelo SPD ao PS após a revolução de 25 de Abril de 1974 e agradeceu o contributo dos sociais-democratas alemães para a consolidação da democracia portuguesa. O secretário-geral do PS referiu-se ainda à situação presente da União Europeia e à ação que os sociais-democratas germânicos poderão ter no executivo de Angela Merkel. “Todos temos fundadas esperanças que a Alemanha possa ter um papel mais ativo e uma preocupação com o emprego e com o crescimento económico, numa Europa mais política e mais social, através da presença do SPD no Governo alemão”, disse António José Seguro.
O líder dos socialistas portugueses considerou “fundamental” a cooperação bilateral entre Portugal e a Alemanha. “Estados iguais que se respeitam independentemente da sua dimensão pelo valor dos seus contributos e que se respeitam mesmo quanto têm opiniões diferentes. A Europa é baseada nesse ideal de solidariedade, de igualdade entre Estados – Estados que são capazes de pôr em comum respostas para problemas comuns”, acrescentou Seguro. Uma área directamente relevante para as relações bilaterais é a do investimento alemão em Portugal, cujo exemplo mais recente é o da Autoeuropa, que é uma prova da nossa competitividade e é um contributo essencial para a criação de emprego e para o crescimento económico.