“Nós acreditamos convictamente na descentralização. Ela, para nós, não é um favor. É um projeto político, é uma conceção da organização do poder político em Portugal”, afirmou Pedro Nuno Santos, durante o Encontro Nacional de Autarcas socialistas.
Observando que o centralismo “é uma realidade” que o país vive “há muitas décadas”, o líder socialista reivindicou o papel decisivo do PS na transformação de ter avançado “progressivamente” com a descentralização de competências.
“Não é um favor que nós fazemos a ninguém. Nós simplesmente sabemos que há um conjunto de tarefas, atividades, decisões, que são mais bem tomadas e executadas por quem está no poder local”, vincou.
Pedro Nuno Santos dirigiu-se depois à ministra da Coesão Territorial e cabeça-de-lista do PS pelo círculo de Coimbra, presente no encontro, enaltecendo o seu trabalho e lembrando que esta tarefa é “uma luta diária”.
“Ana Abrunhosa estava na frente da batalha, na frente de uma batalha que é difícil”, notou o líder socialista, salientando que o esforço de prescindir e delegar competências nunca é uma tarefa isenta de dificuldades.
“Nós partilhávamos uma visão de governação. Desde logo, ouvir, respeitar quem está no terreno, aprender com quem está no terreno, mas depois de discutir com muita gente e envolver tanta gente, chega a hora de decidir e quão difícil é, infelizmente, no nosso país, conseguirmos decidir e fazer”, acrescentou.
O Secretário-Geral do PS recordou que o país tem problemas, “diagnosticados há décadas, que estão nos programas, nos projetos”, enfatizando que o grande desafio passa pela “capacidade de os concretizar”.
Pedro Nuno Santos recuperou aqui o compromisso, assumido na véspera, de eliminar todas as portagens nas antigas SCUT no interior e no Algarve, para testemunhar essa determinação e capacidade de fazer, assegurando que esta medida será levada pelo Governo do PS a um dos primeiros Conselhos de Ministros, após as eleições de 10 de março.
“É isso que nos distingue: mais ação, menos promessa; mais ação, menos conversa. O nosso país só vai avançar se nós tivermos a capacidade de não estar sistematicamente a adiar, com dificuldade de enfrentar quem não quer a mudança, quem resiste. Decidir não é fácil, concretizar não é fácil e só quando nós temos a ousadia de não ficarmos paralisados com o medo da crítica, com o medo dos erros que fazem parte da ação, só nesse dia é que o país vai avançar”, afirmou o líder socialista.