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Líder do PS considera “pouco digno” do primeiro-ministro fazer “leilão” de salários

Líder do PS considera “pouco digno” do primeiro-ministro fazer “leilão” de salários

José Luís Carneiro reafirmou a “gravidade” das propostas laborais do Governo na desproteção dos trabalhadores, considerando que “é pouco digno” do primeiro-ministro andar a fazer um “leilão de valorizações salariais”, a poucos dias do protesto da greve geral.

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“É pouco digno de um primeiro-ministro, em vésperas de uma greve geral, estar com esta espécie de leilão de valorizações salariais. Essas discutem-se, avaliam-se, em função do crescimento da economia do país, em função das previsões para o nosso futuro, em sede de concertação social”, afirmou o líder socialista.

José Luís Carneiro, que falava aos jornalistas à margem da sessão evocativa do nascimento de Mário Soares, em Lisboa, afirmou que é objetivo de todos dar melhores condições de vida e melhores remunerações aos trabalhadores, salientando que ele próprio já defendeu que o país deve almejar ter o salário médio “na ordem dos 2.500 euros” até 2035.

“Agora, os termos em que o primeiro-ministro está a apresentar estas propostas são termos que não dignificam o sentido do compromisso e até a honradez da palavra que se deve dar aos trabalhadores, que não merecem que lhes faça isto numa altura em que os seus representantes estão a preparar e depois tomarem uma decisão naturalmente muito refletida sobre uma greve geral”, criticou.

José Luís Carneiro criticou também a “abordagem ideológica” que o Governo está a trilhar na proposta de alterações à legislação laboral, afirmando que o executivo de direita está a fazer “um ajuste de contas com a Agenda para o Trabalho Digno”, levada a cabo pelo último governo socialista.

“A gravidade das propostas laborais é de tal ordem que os trabalhadores têm mostrado que estão conscientes do que se está a passar”, nomeadamente, como referiu, no que respeita ao “despedimento sem justa causa”, do “lançamento dos mais jovens na precariedade”, e de “deixar de criminalizar o trabalho não declarado, o que significa lançar muitos, milhares e milhares de trabalhadores no trabalho informal e também para a economia informal”.

“São todos os sinais contrários àquilo que a nossa economia precisa. Uma economia que se queira produtiva, competitiva, à escala europeia, à escala global, tem de ser uma economia capaz de ser produtiva pela incorporação de inovação tecnológica, pela qualificação dos trabalhadores, pela sua valorização também salarial. Portanto, é tudo ao contrário daquilo que a nossa economia precisa para afirmarmos o país como um país competitivo e simultaneamente justo do ponto de vista social”, concluiu o líder socialista.

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