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Líder do Parlamento Europeu destaca “revolução política” em Portugal

Líder do Parlamento Europeu destaca “revolução política” em Portugal

O Governo português recebeu rasgados elogios do presidente do Parlamento Europeu, numa entrevista dada à Rádio Renascença, onde o alemão Martin Schulz fez questão de enaltecer a cooperação de bloquistas e comunistas com o Governo liderado pelo primeiro-ministro, António Costa.

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Líder do Parlamento Europeu destaca “revolução política” em Portugal

Afastando o cenário de qualquer polémica ou receios dos parceiros europeus do Eurogrupo, ou em particular do Governo alemão, em relação ao Orçamento do Estado português, Martin Schulz defende, em linha com a tese sustentada por António Costa, que “sem crescimento, as receitas do Estado não aumentam”.

Depois de afirmar que em Portugal “há uma espécie de revolução” na política, referindo-se ao apoio da esquerda ao Governo, o presidente do Parlamento Europeu faz questão de realçar que o país está a respeitar escrupulosamente as regras da União Europeia e, simultaneamente, a aprovar medidas capazes de aumentar o investimento no país, afirmando não ter dúvidas de que é falsa a ideia de que “basta reduzir as despesas ou a dívida soberana para se sanear um Orçamento”.

Martin Schulz lembra, a este propósito, que o Pacto se chama de Estabilidade e Crescimento, razão por que em sua opinião “não se deve falar só da estabilidade e esquecer o crescimento”, garantindo que o Governo português, liderado por António Costa, não só não está a enviar, com este Orçamento do Estado para 2016, “um sinal contraditório aos parceiros europeus”, uma vez que mantém um absoluto “respeito pelas regras da União Europeia”, como tem vindo a desenvolver e a aprovar medidas políticas concretas que ajudarão a aumentar o investimento no país.

Uma espécie de revolução

Em relação ao apoio dos partidos à esquerda do PS ao Governo, Martin Schulz diz não subscrever a tese da direita de que esta aliança possa ser uma ameaça ao projeto europeu defendido pelo Partido Socialista de António Costa, lembrando que os “amigos do Bloco de Esquerda” governam na Grécia e que Alexis Tsipras, a exemplo de qualquer líder democraticamente eleito, “tem assento no Conselho Europeu” não tendo dado nunca qualquer sinal de ser “uma ameaça para a União Europeia”.

Martin Schulz congratulou-se ainda com a atitude dos comunistas portugueses por terem decidido mudar a sua estratégia, “pela primeira vez” e ao “fim de 40 anos”, cooperando construtivamente com o Governo, conferindo assim à atual realidade nacional “uma espécie de revolução”.

Em relação à controvérsia que envolve os milhares e milhares de migrantes que fogem à guerra na Síria e no Iraque e aos muitos milhares oriundos da África Subsariana, o presidente do Parlamento Europeu lamenta que a União Europeia não tenha ainda conseguido encontrar as melhores soluções para responder ao problema desta crise migratória, criticando o facto de a Europa estar a transformar a Grécia “num grande campo de refugiados”.