O primeiro-ministro, António Costa, falava esta manhã em Almada, no distrito de Setúbal, na sede da Infraestruturas de Portugal (IP), onde foi presidir à cerimónia de lançamento do concurso para a construção do primeiro troço da Linha de Alta Velocidade entre Lisboa e o Porto, lembrando que esta é uma obra que vai permitir a Portugal “candidatar-se, até ao final deste mês, a fundos europeus na ordem dos 729 milhões de euros”.
Na ocasião e depois de ter enaltecido o papel do então ministro, Pedro Nuno Santos, pelo seu empenhamento e dedicação no desenvolvimento da ferrovia, António Costa lembrou que, em 1995, também ele, no primeiro Governo de António Guterres, “sonhou ser secretário de Estado desta área”, insistindo, contudo, que o principal elogio pela construção do Plano Ferroviário Nacional e da visão da ferrovia como potencial “grande cluster da economia nacional” tem de ser dirigido ao recentemente eleito líder socialista.
Nesta cerimónia, o primeiro-ministro, que esteve acompanhado pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, e pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, realçou “o longo caminho político” que foi necessário percorrer “até se ter chegado finalmente a um consenso alargado no Parlamento” para o início das obras da ferrovia de Alta Velocidade, lembrando que por o Governo se encontrar em gestão não lhe retira a “plena legitimidade” para avançar com este processo.
A propósito dos anos que foram necessários percorrer para finalmente se ter chegado a este primeiro passo, numa referência aos atrasos verificados no processo do TGV em Portugal, o primeiro-ministro defendeu que, por vezes, “é melhor parar, ficar em silêncio, para descontaminar o debate político, para se poder chegar depois ao consenso pretendido”.
A construção da linha de Alta Velocidade entre Lisboa e Porto está dividida em três fases: uma primeira entre o Porto e Soure (que se subdivide nos troços Porto-Oiã e Oiã-Soure), a segunda, que ligará Soure ao Carregado, e uma terceira entre o Carregado e Lisboa.
Houve também tempo para António Costa enaltecer o trabalho e a dedicação do ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, que substituiu na pasta o atual Secretário-Geral do PS, num elogio que estendeu igualmente ao eurodeputado Pedro Marques, antecessor de Pedro Nuno Santos nas Infraestruturas, entre 2015 e 2019, “no momento mais difícil em que era necessário repor o tema da ferrovia no centro de debate político”.