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Lá fora confirmam: 2016 foi um sucesso em Portugal

Lá fora confirmam: 2016 foi um sucesso em Portugal

O sucesso do país também se mede pelos indicadores de confiança. As vozes externas são importantes para reforçar a nossa confiança e nos lermos nos olhos dos outros, sobretudo quando confirmam as nossas conquistas.

Opinião de:

Lá fora confirmam: 2016 foi um sucesso em Portugal

Ao longo de todo o ano de 2016, Portugal foi alvo de redobrada atenção por parte da comunidade internacional devido ao modelo de governação inovador e singular que adotou, especialmente num contexto europeu cada vez mais liberal e conservador – um governo socialista, o 2º mais votado nas legislativas, mas apoiado parlamentarmente por todos os partidos da esquerda portuguesa com representação no Parlamento. Foi estando por isso nas páginas dos jornais um pouco por todo o lado, sobretudo na imprensa económica. 

E, da estupefação inicial, passou-se calmamente à surpresa da normalização. Afinal, tudo corria bem em Portugal: a paz social reinava, os indicadores económicos não desmereciam e até ganhámos em França o Campeonato Europeu de Futebol, coroando-se assim um período de recuperação assinalável da autoestima nacional, sentimento indispensável para convocar o povo a qualquer esforço coletivo. À confiança dos portugueses nesta solução governativa, cada dia mais reforçada nas sondagens, nas últimas semanas do ano que terminou juntaram-se várias vozes na imprensa internacional, cujo eco propaga mais longe e, com ele, a nossa autoconfiança e o respeito de outros nas nossas capacidades.

Na edição de ontem, o insuspeito Financial Times afirmava que a solução governativa em Portugal “superou todas as expectativas”. Sublinha os números positivos do emprego e escreve que “Nem mesmo a pressão da esquerda para reestruturar a dívida ou endurecer as leis laborais tem assustado as grandes companhias estrangeiras incluindo a Volkswagen, a Continental e a Bosch, que aumentaram o seu investimento”.

O El País recentemente perguntava qual seria o segredo de Portugal para ter conseguido melhorar cerca de 30 pontos dos testes de PISA em 20 anos. “A espetacular melhoria de Portugal não se limita ao PISA, mas também nos indicadores TIMSS (…) Portugal deixou de ocupar o penúltimo lugar de todos os países analisados para ser o 13º de 49, muito distante, por exemplo de Espanha. É o país que mais melhorou nestas décadas”.

Na última semana de 2016, o britânico The Guardian elegeu o Programa das Energias Renováveis em Portugal como o 3º dos 12 acontecimentos mais relevantes em ciência do ano. Já a CNN tinha noticiado mundialmente o feito de, durante 4 dias em maio, o consumo elétrico em Portugal ter estado a ser abastecido exclusivamente por energia renovável.

Neste domínio, Portugal é um exemplo a nível mundial. Uma aposta dos governos de José Sócrates, continuada por António Costa, que não só atinge as metas de Bruxelas como é um dos países com mais capacidade instalada, mais de 12 GW.  “Portugal parece estar a começar a fazer o impossível. O sucesso de Portugal dá aos governos e companhias de energia um exemplo palpável de como é e como pode ser possível, e ainda porque é que eles devem continuar a investir no solar, vento e outras tecnologias renováveis”, afirma o professor da University College London, Mark Miodownik.

O nosso sucesso mede-se também pelos indicadores de confiança. Por isso as vozes externas são fundamentais para reforçar a confiança e legitimar o reconhecimento das nossas conquistas. 2016 foi um bom ano. Tenho a certeza que 2017 também o será.