José Sócrates: “Este debate fica marcado pela hesitação e pelo tabu sobre a posição do …

O primeiro ministro lamentou hoje que o debate quinzenal tenha ficado marcado pelo “tabu” e pelas “hesitações” do PSD em relação ao Orçamento para 2011 e considerou que a incerteza é negativa para Portugal.

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José Sócrates falava aos jornalistas na Assembleia da República, depois de acentuar a necessidade de o país “ter credibilidade” externa e “confiança”.
“Julgo que a incerteza não ajuda nada, porque cria sentimentos de insegurança também nos mercados financeiros. Infelizmente, este debate fica de certa forma marcado pela hesitação e pelo tabu sobre a posição do maior partido da oposição”, apontou o primeiro ministro.
José Sócrates disse depois esperar que o PSD se “decida rápido, porque o país precisa de reforçar a sua confiança internacional em matéria de estabilidade política”.
Confrontado com o facto de ter garantido no passado de que não haveria cortes de salários em Portugal e agora ter tomado essa decisão, Sócrates alegou que, “durante muitos meses”, teve esperança que essas medidas não fossem necessárias.
“Estas medidas são daquelas que só se tomam no limite, em que um político tem de estar muito convencido de que não há alternativa. Há muitos que falam destas medidas como se fosse fácil tomá-las, mas não é”, observou.
Segundo Sócrates, a decisão de reduzir os salários na administração pública acima dos 1500 euros foi tomada “só depois de estar convencido que não havia outra alternativa, em nome da defesa do interesse geral do país”.
“Esta medida não se toma de animo leve, mas, infelizmente, os mercados financeiros estavam a penalizar Portugal”, disse, invocando, depois, o efeito de “arrastamento” a partir da crise financeira irlandesa e o facto de o país ainda não ter tomado (ao contrário de Espanha e Grécia) uma medida de redução dos salários.
“Tomei esta medida para reforçar a confiança na economia portuguesa”, acrescentou.