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José Sócrates: “Essa ideia de serviços públicos para pobres é empobrecedora do Estado …

José Sócrates: “Essa ideia de serviços públicos para pobres é empobrecedora do Estado …

José Sócrates disse hoje que o presidente do PSD estudou mal ao propor a extinção das empresas de transportes públicos deficitárias e a aplicação da condição de recursos na atribuição de passes sociais.

José Sócrates falava na abertura do debate quinzenal em resposta a uma intervenção feita pelo líder parlamentar do PS, Francisco Assis.
“Há uma grande confusão conceptual quando se propõe aplicar a condição de recursos aos passes sociais, porque não são uma prestação social. O passe social destina-se a incentivar o uso do transporte público, existindo por razões económicas e ambientais”, contrapôs o líder do executivo.
José Sócrates diz que, o PSD ao pretender que o passe social deverá estar sujeito a condição de recursos “significa que o serviço público de transportes deve ser apenas para os mais pobres, enquanto os outros, os da classe média e os mais abastados, devem utilizar o seu transporte privado”.
“Esta visão é inaceitável”, considerou Sócrates, depois de sustentar que o passe social é usado sobretudo pelos mais desfavorecidos e pela classe média.
Para o primeiro-ministro, esta “confusão conceptual” do PSD é feita “em nome de uma agenda ideológica”.
“Tenho visto sempre a ideia de que os serviços públicos devem em última instância apenas servir aqueles que são mais desfavorecidos e não todos os cidadãos. Essa ideia de serviços públicos para pobres é empobrecedora do Estado social. Serviços públicos para pobres significa pobres serviços públicos”, acusou José Sócrates, recebendo palmas da bancada socialista.
José Sócrates diz mesmo que o PSD ao avançar com estas propostas “mostrou que estudou mal o assunto, não percebendo que o passe social é para incentivar o transporte público”.
“A ideia de que devemos acabar com todos os organismos públicos deficitários, isso significaria apenas acabar com o transporte público. É fruto de uma tese ideológica aplicada sem critério e sem conhecimento da realidade”, sustentou Sócrates.