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José Sócrates critica PSD pela sua arrogância e por querer enfraquecer o Estado Social

José Sócrates critica PSD pela sua arrogância e por querer enfraquecer o Estado Social

No encerramento da Convenção Nacional do PS, José Sócrates afirmou uma das grandes questões em jogo nas eleições legislativas de 27 de Setembro é o Estado social, acusando o PSD de o querer enfraquecer.

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O secretário-geral do PS acusou também o PSD de comportamento arrogante, ao pretender afirmar-se como detentor absoluto da verdade, e de fazer uma campanha a insultar e a colocar em causa a seriedade dos adversários. “Estivemos aqui um dia inteiro a falar com abertura das nossas ideias e propostas. Não ouvi ninguém subir a esta tribuna para lançar suspeições, nem para insultar pessoas, ou pôr em causa a seriedade ou o carácter dos nossos adversários”, declarou José Sócrates no início da sua intervenção.

“Não andamos a tentar desqualificar moralmente os nossos adversários para tentar ganhar votos, nem nos presumimos detentores únicos da verdade, com um ‘vê’ grande, como se na política a verdade fosse uma graça divina concedida a uns e negada a outros; ou como se alguém pudesse ter em exclusivo a patente registada da verdade”, defendeu José Sócrates. “Para aqueles que se julgam os únicos detentores da verdade, quero dizer-lhes que o uso e o abuso da verdade como única linha política é o maior sinal de arrogância a que já assisti na vida política portuguesa”, declarou.

José Sócrates prosseguiu afirmando que “no dia 27 de Setembro vai-se jogar o futuro do Estado social no nosso país, e nunca como hoje foi tão evidente o projecto de direita para enfraquecer e reduzir o nosso estado social”, e defendendo que o PSD utiliza uma “linguagem cifrada, de última hora, para ver se ninguém os entende ou percebe” e disse perceber “lindamente” a “necessidade que alguns sentem a necessidade de disfarçarem nesta campanha o que realmente querem”.

Segundo José Sócrates, o PSD “fora do tempo de eleições, defendeu o recuo do Estado social”, tendo criticado por exemplo o complemento solidário para idosos e considerado uma irresponsabilidade aumentar o salário mínimo, e “agora, em campanha, preferem falar em código”.

Porém, o secretário-geral do PS “decifrou” o que classificou de “meias-palavras” e “agendas escondidas”, afirmando que “o que eles querem é pôr os recursos públicos a financiar os serviços privados”, “é a privatização parcial da segurança social”, o que representa “entregar parte da pensão dos portugueses aos caprichos da bolsa”, e “desmantelar o serviço nacional de saúde e desviar dinheiros públicos para financiar o mercado privado da saúde e tratar a saúde como se fosse uma simples mercadoria”.

José Sócrates comentou que “o carinho do maior partido da oposição pelo Estado social é tanto que no seu programa eleitoral nem sequer uma vez se referem ao Serviço Nacional de Saúde”, uma das “bandeiras” mais agitadas pelos socialistas na convenção nacional. “O Serviço Nacional de Saúde foi vítima de um “apagão” no programa eleitoral do PSD”, disse.

O secretário-geral do PS repetiu a ideia de que “nunca o maior partido da oposição esteve tão à direita como agora” e foi “tão adversário do Estado social”, razão pela qual elegeu esta como “uma das grandes questões em jogo nas eleições” de 27 de Setembro.