José Sócrates confiante nalguns sinais de recuo da crise
José Sócrates, em entrevista à SIC e SIC Notícias, manifestou-se confiante de que a crise financeira poderá inverter-se já no próximo ano, garantindo que existem “pequenos sinais” nesse sentido mas avisando que é necessário “manter o rumo”.
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“Estou muito convencido que a crise se inverterá já em 2010, começam a surgir agora as primeiras avaliações positivas. Há sinais que indicam que a economia pode estar em inversão”, afirmou.
José Sócrates esclareceu que, até 2007, foi o período durante o qual o Governo “pôs as contas públicas em ordem”. Em 2007, a economia estava a “crescer 2 por cento e o Governo já tinha criado 133 mil postos de trabalho”, referiu. O primeiro-ministro salientou que a situação do país seria hoje muito mais difícil sem esse processo de regularização das contas públicas: “Neste momento podemos ajudar as famílias, as empresas, mas só o podemos fazer porque pusemos as contas públicas em ordem. Valeram a pena os sacrifícios”, defendeu, apontando o investimento público como a grande aposta do Governo no combate à crise.
O primeiro-ministro afirmou ainda que o sistema financeiro português está “mais sólido” após as medidas anti-crise tomadas pelo Governo e louvou o papel dos bancos neste processo, salientando que “não tiveram comportamentos irresponsáveis” como aconteceu noutros países.
Sócrates defendeu a decisão de nacionalizar o BPN que, naquela altura, “era a única decisão possível”. “Foi importante para travar o perigo sistémico” de eventual contágio a outros bancos – “Era um risco que não podíamos correr” – explicando a diferença de tratamento em relação ao BPP: “O que fizemos no BPP foi não apoiar a solução para o banco que nos foi proposta. Não apoiar o banco, aceitar que pode falir, mas é uma morte assistida, controlada, que não terá efeitos em mais nenhum banco”, afirmou, reforçando que os depósitos dos clientes estão garantidos pelo Estado e que está a ser estudada uma solução para os chamados clientes de retorno absoluto.
Sobre o TGV, o primeiro-ministro reiterou que é apenas por uma questão de “escrúpulo democrático”, e não por falta de legitimidade, que o Governo PS deixou para o próximo executivo a decisão final sobre o projecto. “Tomar a decisão em Agosto ou em Outubro é a mesma coisa, não prejudica em nada o projecto.” “Eu não quero impor a minha vontade, mas os portugueses conhecem a minha opinião. Acho que será um enorme erro não dotar o país desta infra-estrutura”, referiu, considerando que até o Presidente da República, Cavaco Silva, aplaudiu esta decisão do Governo, ao classificar o adiamento como “um caminho de bom senso”.