José Sócrates apelou a voto útil no PS em frente-a-frente com Jerónimo de Sousa
No debate televisivo na RTP1, José Sócrates fez apelos ao voto útil nos socialistas junto do eleitorado de esquerda, argumentando que “sempre que o PS enfraqueceu a direita foi para o poder”.
O secretário-geral do PS sublinhou também as diferenças entre as políticas do seu partido e as da direita, em resposta a Jerónimo de Sousa, que defendeu que há uma convergência “nas questões estruturantes”.
José Sócrates justificou estas afirmações apontando medidas do Governo do PS, como o aumento do salário mínimo nacional em 10 por cento e o programa Novas Oportunidades como políticas que não são de direita. A principal diferença apontada pelo secretário-geral do PS em relação à direita tem a ver com o Estado social e as políticas propostas para a educação, a saúde e a segurança social, sectores para que “a direita propõe uma privatização parcial”.
“Se temos essa ameaça da direita no sector social, não percebo porque é que o Partido Comunista faz do seu alvo principal o PS”, defendeu José Sócrates, afirmando que “ao menos” o PCP também deveria “atacar as políticas de direita”.
Questionado sobre se pediria o apoio do PCP a um governo minoritário socialista, José Sócrates afirmou que “este não é momento” para falar nisso, sublinhando que “o PS candidata-se para uma aliança com o país e pedindo condições para governar”.
O tema da suspensão do Jornal Nacional de Sexta-feira foi abordado no debate na RTP1 e tanto José Sócrates como Jerónimo de Sousa insistiram na necessidade de apurar as razões que estiveram na base da suspensão do telejornal da TVI.
José Sócrates afirmou “eu nada tenho a ver com uma mudança na TVI, nem o Governo nem o Partido Socialista. O PS não se mete nisso, isso não é nossa responsabilidade” e acrescentou que apenas se encontrou numa ocasião, em 2005, com “quem dirige a administração da TVI”, na altura da aquisição do canal pela Prisa.