José Sócrates afirma que Governo PS fez tudo o que devia no apoio às empresas e famílias
José Sócrates e Paulo Portas debateram ontem num frente-a-frente cujos temas foram a economia, o desemprego, as medidas sociais, a segurança e a educação.
Respondendo à primeira questão, sobre as políticas económicas defendidas por cada um dos candidatos, José Sócrates defendeu que Governo PS “fez tudo o que devia no apoio às empresas e famílias” frisando a ajuda a “40 mil PME”, a estabilização do sistema financeiro e o apoio aos desempregados, medidas que, segundo o primeiro-ministro, começam agora a mostrar resultados.
Afirmando que a sua atitude é “de determinação”, José Sócrates criticou desde logo a oposição por “receber com azedume” as notícias de que Portugal “saiu da recessão técnica” no segundo trimestre de 2009.
Relativamente às medidas sociais, o primeiro-ministro criticou o governo PSD/CDS-PP, que Paulo Portas integrou, afirmando que se nessa altura foi cortado o investimento em equipamentos sociais, nos últimos quatro anos, com o Governo PS, houve um grande investimento nos equipamentos sociais, instituiu-se o Complemento Social para Idosos, o Abono Pré-Natal e aumento do Abono de Família, há mais crianças a beneficiar da acção social escolar, além de estar planeada uma rede nacional de creches.
Na área da Segurança Social, José Sócrates considerou que a proposta do PSD “é pior” do que a do CDS-PP, considerando contudo que os democratas-cristãos querem “tirar dinheiro ao financiamento público para o sector privado”.
A questão da segurança foi aquela que tornou o debate mais aceso. José Sócrates afirmou que Portugal é um país seguro e que o Governo do PS teve a preocupação de aumentar o número de esquadras e de agentes, acusando depois Paulo Portas de “aproveitamento político da questão da segurança” e “demagogia” por afirmar que aumento do crime tem que ver com as alterações das leis penais, quando estas foram aprovadas no Parlamento com voto favorável do deputado.
O passado governativo de Paulo Portas, no Governo PSD/CDS-PP, foi de resto largamente citado pelo primeiro-ministro, que afirmou que Portas “é perseguido pelo seu passado”. José Sócrates citou mesmo o título de um filme de terror: “Sei o que fizeste no Verão passado”: “Eu também me lembro do que o senhor fez no governo passado e isso não pode passar sem ser apreciado”, declarou.
O encerramento do debate coube ao primeiro-ministro que terminou a sua intervenção a falar sobre educação, reclamando uma “profunda mudança para o nosso sistema de ensino” para que “toda a nova geração se possa formar com o 12º ano”, porque para José Sócrates “o desafio português joga-se na educação, e joga-se na educação o sucesso ou insucesso da nossa economia e do nosso futuro.”