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José Luís Carneiro garante chumbo do PS a retrocessos nos direitos de quem trabalha

José Luís Carneiro garante chumbo do PS a retrocessos nos direitos de quem trabalha

Num dia marcado por uma das maiores mobilizações laborais das últimas décadas, o Secretário-Geral do Partido Socialista concedeu ao canal NOW uma entrevista que deixou claro o posicionamento firme e responsável do PS perante o pacote laboral “Trabalho XXI”, apresentado pelo Governo da AD e expressamente repudiado por mais de três milhões de trabalhadores que fizeram o país parar esta quinta-feira.

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Ao longo da entrevista no “Jornal à Noite”, José Luís Carneiro sublinhou, com rigor e clareza, que o PS não permitirá retrocessos nos direitos de quem trabalha.

“Sejamos claros: se o Governo trouxer ao Parlamento estas propostas, elas terão o chumbo do PS. Isso é inequívoco”, declarou, vincando que os socialistas não votarão a favor de leis que avançam, por exemplo, com despedimentos sem justa.

Vincando que o executivo da AD peca por insensatez ao insistir em avançar, sem diálogo nem concertação, com este pacote laboral, o líder do PS fez notar que a equipa governativa de Luís Montenegro quebrou a confiança dos portugueses.

“O Governo traiu o mandato popular ao colocar na agenda política temas que não constavam do programa eleitoral nem foram discutidos com os portugueses durante a campanha”, referiu, apontando que as medidas pretendidas são precisamente “a antítese daquilo que constava no programa eleitoral” sufragado.

“A isto chama-se quebrar a relação de confiança com os portugueses”, sublinhou, relevando que Luís Montenegro e o seu executivo de direita continuam sem conseguir responder à questão essencial.

“O que é que leva o Governo a avançar com estas propostas de alteração e até fazer o contrário do que estava no próprio programa? Essa pergunta não teve resposta, nem quando a coloquei ao primeiro-ministro”, lembrou, para de seguida destacar a tentativa ensaiada por Montenegro e o ministro Leitão Amaro de desvalorizar os números da greve geral, justamente no dia em que os trabalhadores de todo o país deram um sinal inequívoco.

A adesão à paralisação demonstrou, resumiu o Secretário-Geral socialista, a rejeição transversal das alterações laborais.

“Os trabalhadores tiveram uma vitória sobre a grande e grave insensibilidade política do Governo. Mais de três milhões de trabalhadores aderiram à greve. É uma ampla manifestação de descontentamento e de repúdio”, enfatizou, deixando depois o aviso de que “se o Governo insistir, o PS travará”.

De seguida, reiterou que a medidas em causa fragilizam especialmente os jovens, empurrando-os para a precariedade e incentivando o trabalho informal, com consequências diretas para a competitividade do país.

É preciso diálogo sério

Lamentando a arrogância do Governo na condução deste processo, o líder do PS destacou a importância de encetar um diálogo sério.

“Perante a mensagem contundente desta greve, o Governo deve parar, deve escutar os trabalhadores e as suas instituições representativas”, disse, sublinhando que a legislação laboral em vigor foi discutida e aprovada há apenas dois anos e que não existe qualquer razão válida para alterações desta magnitude.

“Não há uma razão sólida nem válida para que o Governo tenha avançado com estas propostas”, reforçou.

Sobre a possibilidade voltar a discutir estas matérias com o executivo, garantiu que o PS sempre mostrou abertura para um debate sério e institucional, até porque “é um partido de grande responsabilidade”, mas indisponível para acompanhar uma dinâmica de desequilíbrio das relações laborais.

E, perante o impasse criado pela direita, José Luís Carneiro conclui com a exigência que falta cumprir.

“Agora, é o primeiro-ministro que tem de dizer o que quer, em sede de concertação social e em respeito pelos representantes dos trabalhadores”, atirou.

Governo está seis meses atrasado na crise da saúde

Questionado sobre a situação no Serviço Nacional de Saúde, José Luís Carneiro criticou duramente o atraso do da tutela do setor na resposta ao pico precoce da gripe sazonal, que já levou ao cancelamento de cirurgias.

“A ministra falou com seis meses de atraso em relação ao que eu disse em julho. O que a ministra agora admite é que o PS tinha razão”, enfatizou, recordando que o PS apresentou uma proposta completa para a coordenação da emergência hospitalar, que o Governo ignorou, apesar de seguir modelos eficazes utilizados em Espanha, França e Inglaterra.

Sobre as recentes alterações no INEM, voltou a frisar a responsabilidade do partido, assinalando que “mais do que tomar posição, importa saber que o PS apresentou uma proposta sólida” e que “o anterior Governo socialista tinha em curso uma reforma da emergência que este Governo decapitou”.

Dois anos volvidos, o líder do PS fez notar que o resultado é claro: “Prometeram soluções quase milagrosas para o SNS e o que se vê é que o sistema de saúde piorou”.

Também nesta matéria José Luís Carneiro afiançou nesta entrevista o empenho do partido em “dialogar e cooperar, sempre que esteja em causa o interesse nacional”.

Condenando a “insensibilidade e altivez” com que o Governo tem tratado matérias sensíveis, contrapôs com o sentido de estado socialista.

“O PS mostrou disponibilidade para dialogar desde a primeira hora. O PS esteve e estará sempre ao lado das soluções e do serviço ao país”, rematou.

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