De acordo com o dirigente socialista, que desempenha igualmente o mandato autárquico de presidente da Assembleia Municipal deste município do distrito do Porto, é curto e “não chega” ter um discurso político como tem o PSD que se resume a “falar mal e a procurar casos e casinhos na vida política” e não, como lhe competia, a apresentar “propostas viáveis para o futuro do país”, defendendo o também deputado socialista que não será insistindo nesta prática que os partidos da oposição “vão conseguir chegar à confiança dos portugueses”.
Para José Luís Carneiro, um partido político, quando está na oposição, só é credível perante um eleitorado crescentemente exigente como é o português, quando apresenta políticas alternativas com “objetivos estratégicos sustentáveis” que sejam capazes de responder às necessidades do país ou de um município, e não insistindo, como é a prática diária do PSD, em trazer para a opinião pública casos norteados pela espuma dos dias.
Ainda segundo o ‘número dois’ da direção do PS, só há uma verdadeira alternativa política quando se constrói “a partir das pessoas, e com elas, uma visão para o futuro”, uma questão que José Luís Carneiro defende ter um carácter ainda com mais vigor numa altura, como lembrou, em que se estão a dar os primeiros passos na discussão acerca da nova proposta de Orçamento do Estado para 2022, mas também sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e sobre o novo quadro financeiro plurianual, o que, no seu conjunto, “representa 40 mil milhões de euros”.
Dinheiro que será destinado, prioritariamente, como garantiu, para investir no “reforço das unidades de cuidados de saúde, na escola pública e na modernização da economia, das empresas e na reforma do Estado”. Áreas para as quais seria fundamental, como defendeu, que o principal partido da oposição apresentasse as suas próprias propostas políticas, abandonando a reiterada incoerente postura política, designadamente em matérias como as relacionadas com o IVA da restauração, em que hoje defende uma coisa e amanhã outra, lembrando a este propósito que é pouco verosímil estar hoje na oposição a defender uma redução para os 6%, quando no Governo, PSD e CDS, manifestaram insistentemente a sua oposição a uma redução do IVA da restauração de 23% para os atuais 13%.
Coerência política merece a confiança dos portugueses
Na opinião do dirigente socialista, é esta falta de coesão e de “visão estratégica” para o país por parte dos partidos da oposição de direita que faz com que o PS e o primeiro-ministro, António Costa, “continuem a merecer a confiança da maioria dos portugueses”, a par do facto de, por um lado, a economia portuguesa mostrar um crescimento de “quase cinco por cento” e, por outro lado, de a taxa de desemprego se situar em níveis relativamente baixos, na ordem dos 6,9%, “inferior à que tinha em 2007 e 2008”.
Números e indicadores que mostram, ainda segundo José Luís Carneiro, que as políticas adotadas pelo Governo estão a produzir os efeitos desejados e a contribuir para que a “confiança dos investidores esteja de novo a regressar ao país”.