Em declarações aos jornalistas, em Sintra, onde esteve presente na apresentação da candidatura de Ana Mendes Godinho à presidência do município, José Luís Carneiro dirigiu três perguntas ao chefe do Governo, que espera ver respondidas “nos próximos dias”.
Em primeiro lugar, o Secretário-Geral do PS questiona “se o Governo já tem ou não um plano de emergência para a gestão das urgências hospitalares para a Área Metropolitana de Lisboa, para Lisboa e Vale do Tejo”.
“A segunda pergunta é por que razão é que a península de Setúbal tem tido dias e semanas sem uma resposta condigna”, particularmente no que respeita às especialidades de “pediatria, ortopedia e obstetrícia”, acrescentou.
A terceira pergunta que José Luís Carneiro quer ver respondida pelo primeiro-ministro é sobre “a notícia, da parte do Governo, de que ia colocar quatro meios aéreos [helicópteros] em apoio da emergência hospitalar”, quando o que se está a verificar é uma resposta manifestamente aquém desse anúncio.
“Soubemos, neste fim de semana, que apenas um desses helicópteros estará a operar. A pergunta é por que razão esses quatro meios aéreos que viriam em reforço da emergência hospitalar não estão a responder às necessidades da emergência hospitalar e continuamos a assistir a este quadro lamentável e triste de vermos as mães a perderem os seus bebés por falta de resposta condigna”, disse.
Sobre as condições para a atual ministra, Ana Paula Martins, se manter no cargo, José Luís Carneiro contrapôs que é ao primeiro-ministro que cabe o dever de responder “o que é que falta à ministra da Saúde”.
“Faltam meios humanos, faltam meios financeiros? Já se inteirou, procurou inteirar-se do que é que está a faltar para corresponder àquilo que é uma necessidade urgente?”, questionou.
O Secretário-Geral do PS recordou que o primeiro-ministro “criou várias expectativas sobre as respostas nesta área vital”, há um ano, quando tomou posse pela primeira vez, e que, “até agora ninguém conhece um plano de resposta à emergência hospitalar”.
“O INEM, o SNS24, as mães querem saber onde se podem dirigir e não sabem onde se podem dirigir. Isto é inaceitável na resposta pública do Estado, que assumiu e que procura garantir uma resposta numa área tão vital à nossa vida coletiva. Nós não podemos, enquanto comunidade, assistir de ânimo leve a isto que está a acontecer”, vincou.
Tendo junto a si o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, que não se recandidata por limite de mandatos, e Ana Mendes Godinho, a candidata socialista às eleições de outubro próximo, José Luís Carneiro congratulou-se, por outro lado, com a “boa notícia” de que o concelho vai ter um novo hospital, que “será inaugurado no dia 14 de julho”.
O Secretário-Geral do PS realçou que o novo hospital “foi totalmente suportado financeiramente pela Câmara Municipal de Sintra”, a quem agradeceu o investimento, “superior a 60 milhões de euros”, colocado, por uma autarquia socialista, ao serviço da população.