À margem de uma visita à Amadora, José Luís Carneiro lamentou a morte de uma grávida “depois de ter ido ao hospital e de a terem mandado embora”, no Amadora-Sintra, considerando grave este acontecimento.
“Contrariamente a outros, nós não aproveitamos a tragédia para fins político-partidários. No entanto, todas as responsabilidades devem ser apuradas e a primeira e mais importante responsabilidade é a do primeiro-ministro, por uma razão, porque foi ele que prometeu soluções e, portanto, é ele que tem que prestar contas, tem que dar conta da sua responsabilidade, da forma como a está a exercer”, acusou.
O líder socialista apontou que o Governo tem vindo a “responder com soluções em cima do joelho”, o que “não resolve os problemas da saúde”, estando a falhar de forma clamorosa “numa área vital para a qual prometeu soluções”.
Questionado sobre se a ministra estava agora ainda mais frágil, depois das declarações do Presidente da República, José Luís Carneiro referiu que é o chefe do executivo “que está mais frágil” porque “é o primeiro responsável de uma equipa”.
“Se a equipa não dá resultados, não apresenta resultados, quem é o responsável? O responsável é o primeiro-ministro, porque foi ele que prometeu em campanha eleitoral, há cerca de dois anos, que tinha soluções para a saúde. Prometeu que em 100 dias apresentava soluções para as urgências hospitalares. Não apenas não apresentou soluções adequadas, como falhou todo o plano que tinha apresentado”, apontou.
O Secretário-Geral do PS recordou ainda que apresentou no verão uma proposta para a gestão da emergência hospitalar e que, até hoje, não obteve uma resposta nem houve execução das medidas estruturais anteriores.
“O Governo do Partido Socialista tinha uma solução estruturada para responder à articulação dos cuidados primários com os cuidados hospitalares, criando as Unidades Locais de Saúde. O Governo decapitou todo esse esforço, todo esse trabalho”, disse.
“E depois deste falhanço, o Governo propõe cortar 10% no SNS para 2026, quando o SNS tem neste momento um défice de 2 mil milhões de euros e vai ter, no ano que vem, um défice espectável de mais mil milhões. Eu pergunto se é credível cortar 10% na despesa da saúde. Alguém acredita no que o primeiro-ministro está a dizer ao país?”, questionou o Secretário-Geral do PS.