Em declarações aos jornalistas proferidas à margem de uma sessão com militantes dedicada à discussão do Orçamento do Estado para 2026, realizada em Braga, José Luís Carneiro apontou como exemplos mais gritantes as sucessivas substituições na presidência do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e o verdadeiro caos que se vive nas urgências hospitalares, resultado direto da falta de rumo e de liderança do executivo.
Perante a “a instabilidade e a incompetência” que marcam a atual gestão governativa da saúde, o líder socialista considerou a recente decisão da ministra da tutela de criar urgências regionais como um “reconhecimento do falhanço do plano do Governo” apresentado há um ano e meio e agora abandonado “sem resultados”.
E deplorou aquilo que descreveu como “um falhanço completo”, lembrando a falta de respostas na saúde oncológica e o avolumar de listas de espera.
“Falhou na sua totalidade, falhou a ministra, falharam os responsáveis que assumiram esses compromissos”, enfatizou, frisando que o executivo da AD já vai “no quarto presidente do INEM”.
O Secretário-Geral recordou ainda que, na anterior governação do PS, estava em curso uma reforma estruturada do Serviço Nacional de Saúde, liderada por Fernando Araújo, que foi interrompida logo após a tomada de posse da atual maioria.
“O que o Governo alcançou com essa decisão foi apenas instabilidade e incapacidade para responder às necessidades das pessoas”, apontou, estendendo as críticas à proposta de Orçamento do Estado para 2026.
Orçamento “não é credível”
O documento reafirmou, “não é credível” por “suborçamentar despesas e empolar receitas, degradando as contas públicas”.
Nesta matéria, José Luís Carneiro voltou a apontar “insensibilidade social “ à proposta orçamental apresentada pelo executivo, avisando ainda que a anunciada intenção de vender património público em Lisboa e no Porto é “um mau sinal” e “uma decisão de quem está disposto a deixar ir os dedos com os anéis”.
Todavia, reiterou, “o PS optará pela abstenção na votação do Orçamento, de modo a retirar ao executivo de Montenegro qualquer pretexto para fugir às suas responsabilidades”.
“O Governo da AD não se vai poder escudar no voto do PS para se desculpar. Terá de cumprir o que prometeu aos portugueses”, rematou.