Ao discursar desde a sede nacional do PS, em Lisboa, numa cerimónia que decorreu precisamente no dia em que se assinalam os 40 anos da assinatura do tratado de adesão de Portugal às Comunidades Europeias, o candidato à liderança socialista recordou a efeméride, evocando igualmente a assinatura, um ano antes, da Carta dos Direitos Fundamentais do Conselho da Europa por José Medeiros Ferreira, documento que, vincou, “influenciou profundamente a Constituição da República Portuguesa”.
Na presença de vários socialistas que já tiveram responsabilidades governativas e parlamentares, José Luís Carneiro saudou os presentes, destacando o papel da Comissão Eleitoral e a presença de Pedro Vaz, secretário nacional para a Organização do PS, bem como a de João Paulo Rebelo, responsável pelas matérias da Administração do Partido.
De seguida, evocou o fundador socialista Mário Soares para frisar que a adesão de Portugal ao espaço europeu não foi apenas uma escolha de natureza económica, “mas uma opção pelos valores europeus”, entre os quais destacou “a democracia pluralista, a economia de mercado, a sociedade aberta, compreensiva, tolerante e humanista”.
Na ocasião, José Luís Carneiro enfatizou que a sua moção à liderança do PS representa um “compromisso com essa história de conquista e consolidação das liberdades, dos direitos e das garantias, da paz, da solidariedade e do bem-estar”, construídos também com base no projeto europeu.
E fez notar ainda que a sua proposta vai “além da resposta às necessidades imediatas dos cidadãos”, consubstanciando igualmente uma “visão estratégica” que pretende materializar num “pacto para o futuro de Portugal”, alinhado com os objetivos das Nações Unidas e da União Europeia.
PS está forte e vai ficar mais forte ainda
Falando também na ocasião, o Presidente e líder interino socialista, Carlos César, enalteceu a candidatura de José Luís Carneiro num momento, para o Partido Socialista, que é de “responsabilidade elevada”.
“Esta candidatura será, certamente, um fator de unidade, um fator de congregação de todos os socialistas”, referiu, vincando que “é preciso unir”.
“O PS precisa de se unir, sem prejuízo dessa união ser fundada num debate profundo e sério sobre o seu papel na sociedade portuguesa e sobre o papel que o PS aguarda e deseja para Portugal”, apontou ainda Carlos César.
O ainda Secretário-Geral interino destacou, depois, a importância do próximo desafio autárquico, uma eleição na qual o PS “deve depositar todo o seu esforço, acolhendo socialistas e não socialistas, gente de bem, gente que preza a cidadania, gente que se compagina com os objetivos do PS, para, ao nível das localidades, dos concelhos, das freguesias, lutarmos por um Portugal melhor”.
“Nós queremos que estas eleições autárquicas representem, cumulativamente, a demonstração de que em Portugal a alternativa à AD é o Partido Socialista, e não forças populistas, extremistas ou radicais que minam a sociedade portuguesa”, afirmou Carlos César.
“O PS está forte, vai ficar mais forte ainda e vai ser defensor da sociedade portuguesa”, concluiu o Presidente socialista.
A entrega da moção de José Luís Carneiro oficializa formalmente a única candidatura à liderança do PS, que será sufragada internamente nos próximos dias 27 e 28, numa altura crucial para o reposicionamento do Partido Socialista no panorama político nacional.