José Luís Carneiro: “A estabilidade política é indissociável à recuperação económica e social”
O Secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, defendeu, em entrevista ao podcast ‘Política com Palavra’, que a estabilidade política será condição fundamental e indissociável ao sucesso da recuperação económica e social do país.
Para o dirigente socialista, os desafios que Portugal tem pela frente, na resposta a uma crise de dimensões inéditas e globais, torna imprescindível um exercício de responsabilidade. Um exercício que José Luís Carneiro identifica no diálogo que os partidos da esquerda parlamentar estão a manter com o Governo do PS, tendo em vista garantir a aprovação do Orçamento do Estado para 2021, e que se quer o mais alargado possível no que respeita à definição da estratégia para o futuro do país.
“Todos os sinais de convergência política são essenciais nesta fase”, reforçou, acrescentando que, apesar do diálogo privilegiado à esquerda, “é muito relevante incluir o PSD” no apoio ao plano de recuperação económica e social para a próxima década.
Por essa razão, lembrou, na apresentação do documento elaborado pelo professor Costa Silva, foi lançado o convite ao contributo de todas as forças políticas e sociais, sinalizando “a abertura”, pelo primeiro-ministro, para auscultar todos os partidos e integrar as suas propostas.
Na entrevista, conduzida pelo jornalista Filipe Santos Costa, o ‘número dois’ do PS se eximiu, no entanto, a dirigir uma crítica ao principal partido da oposição, quanto a um eventual diálogo com o Chega, considerando que, a concretizar-se, seria uma “deriva extremista” e “uma rutura e fuga à moderação que se exige a um partido como o PSD”.
“O PSD tem tido altos e baixos. Esse momento em que admitiu o diálogo com o Chega foi um desses baixos, que julgo não venha a corresponder a uma fuga do PSD ao centro, à moderação e ao equilíbrio que é essencial para a salvaguarda das liberdades e direitos fundamentais”, disse.
Sobre o novo ano político, José Luís Carneiro reafirmou os objetivos do PS de reforçar a boa governação na Região Autónoma dos Açores e de se consolidar como o maior partido autárquico português, destacando também o compromisso, convicto, com a descentralização, de que a eleição para as CCDR é um exemplo e “um passo que vai no sentido certo”, da “melhor afetação de recursos e qualificação democrática”.
Quanto ao tema das presidenciais, o dirigente socialista lembrou que o partido terá oportunidade para se posicionar no local e momento certos, quando reunir a Comissão Nacional, durante o mês de outubro, não deixando de considerar que o perfil “essencial” de um candidato, “face ao momento político que a sociedade portuguesa atravessa”, tem de ser o que “melhor sirva os valores constitucionais”.
“O exercício da função presidencial enquanto fator de equilíbrio e de moderação é bastante exigente e é em função desse exercício que devemos também perspetivar o modo como o PS se deve posicionar em relação a esta eleição,” concretizou.