Jorge Seguro Sanches: “Fúria privatizadora é o gonçalvismo às avessas”

O secretário nacional do PS Jorge Seguro Sanches foi entrevistado pelo semanário Sol, tendo criticado duramente o Governo, acusando-o de ver a troika “como uma devoção”, e garantindo que o PS é contra a privatização do serviço público, classificando a concessão o mesmo que uma privatização.

O dirigente socialista começou por lembrar que, no ano passado, o PS avançou “com alternativas à subida do IVA na restauração de 13% para 23%. As falências de empresas no sector mostram que o Governo nos devia ter ouvido e até nos partidos que estão no Governo se concorda com isto agora”, acrescentando que “os estudos de opinião indicam que, para os portugueses, o PS é já uma alternativa ao Governo”.

Jorge Seguro Sanches acusou o Executivo de Passos Coelho de ver a troika “como uma devoção”.

“O Governo alterou o memorando e foi além da austeridade necessária. PS e Governo não partilham o mesmo caminho”, garantiu.

O secretário nacional do PS disse esperar que “haja uma sensibilidade – do Governo e da troika – para os sofrimentos, para as muitas dificuldades que os portugueses estão a sentir”, defendendo que “não faz sentido mais austeridade”.

Relativamente às privatizações que se avizinham, Jorge Seguro Sanches classificou que “há uma fúria privatizadora do Governo que só tem paralelo na História de Portugal com a fúria nacionalizadora do gonçalvismo. O PS não apoia essas privatizações, nomeadamente a da RTP e a das Águas de Portugal”.

Focando-se no modelo de concessão da RTP1 a privados e no possível fecho da RTP2, garantiu que tal processo merece “uma total repulsa”, já que “vai contra o interesse nacional”. Defendeu, também, que o Presidente da República deveria seguir “com a máxima atenção este caso”.

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