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Jorge Sampaio critica egoísmos nacionais na UE

Jorge Sampaio critica egoísmos nacionais na UE

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio, ontem homenageado em Lisboa pela atribuição do Prémio Nelson Mandela, das Nações Unidas, criticou duramente a política prosseguida pela União Europeia (UE) nos últimos anos. Numa cerimónia em que estiveram presentes o Secretário-geral do PS, António Costa, e o líder parlamentar socialista, Eduardo Ferro Rodrigues, Sampaio criticou os “egoísmos nacionais” no seio da UE e manifestou apreensão pelo futuro do projeto europeu.
Jorge Sampaio critica egoísmos nacionais na UE

Para o antigo chefe de Estado, a UE “tem revelando no seu seio, o que será mais grave para o futuro do projeto europeu, uma divisão e uma evidente quebra de confiança entre os seus membros, em que os antigos valores de solidariedade e respeito mútuo surgem trocados pelo arremesso público de anátemas, humilhações e pela imagem notória de fraturantes egoísmos nacionais”. Jorge Sampaio manifestou ainda, no seu discurso, desalento pela “impotência decisória” que parece “a marca maior da política externa” europeia nos últimos anos.

Na cerimónia, o antigo Presidente da República aproveitou também para exprimir o “agradecimento a todos os que, em Portugal e fora dele, têm favorecido o sucesso do programa de assistência académica a estudantes sírios”, que lançou “perante o drama humanitário inimaginável que esfacela” aquele país. Acrescentou ainda, a propósito da distinção com que foi agraciado, ser “impossível que um português possa ter este prémio e não pensar no seu país e naquilo que o seu país pode tirar disso”.

A cerimónia decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, com a presença de personalidades das mais diversas áreas e quadrantes, e contou ainda com as intervenções do presidente da Fundação, Artur Santos Silva, da embaixadora da África do Sul, Keitumetse Matthews, e dos antigos ministros da Saúde, António Correia de Campos e Leonor Beleza.