Segundo o Secretário-Geral Adjunto do PS, não há qualquer dúvida, “como nunca houve”, quanto ao que pensa e ao que quer o PSD em relação ao Serviço Nacional de Saúde. Basta escutar com um módico de atenção, referiu João Torres, o habitual discurso dos dirigentes do maior partido da oposição quando se referem ao SNS, para que não restem dúvidas de que o objetivo que defendem é o seu “desmantelamento para o entregar ao setor privado”. Uma visão para a saúde pública em Portugal que o PS “rejeita em absoluto”.
Ao contrário do PSD e da direita em geral, para o PS, garantiu João Torres, o SNS deve permanecer “tendencialmente gratuito e a cuidar de todos, independentemente da sua condição económica”. Reafirmando que os socialistas continuam a ser insubstituíveis “para o robustecimento do SNS”, João Torres considerou “absolutamente espantoso” ouvir o líder do PSD, partido que nunca escondeu que quer destruir o SNS, acusar o PS de ser “amigo da iniciativa privada na saúde”.
Falando no sábado no jantar de Natal do PS da Trofa, distrito do Porto, numa sala totalmente lotada de militantes e simpatizantes socialistas, João Torres, depois de garantir que o PS “nunca teve dogmas ideológicos” a propósito do SNS, não enfrentando, portanto, como também lembrou, “nenhum preconceito para com a iniciativa social ou privada na saúde”, vincou, contudo, que para os socialistas foi sempre muito claro que o SNS tem de ser “um serviço público e tendencialmente gratuito”.
Quanto às críticas que o PSD dirige ao Governo e ao PS, acusações que João Torres considerou desajustadas e infundadas, encontram sobretudo justificação, como defendeu, no “pecado original” da direita em geral e do PSD em particular por ter “votado contra a criação do SNS”, prática a que deram coerência, como lembrou, quando “desinvestiram brutalmente no SNS na última vez que governaram o país”, com Passos Coelho como primeiro-ministro e Luís Montenegro como líder parlamentar.
Contributo decisivo
De acordo com o Secretário-Geral Adjunto socialista, as críticas que o líder do PSD dirige ao PS sobre o SNS não passam de “críticas desnutridas”, sem qualquer peso e absolutamente infundadas, recordando João Torres o contributo que o Serviço Nacional de Saúde deu recentemente, “num momento especialmente exigente”, como foi o da pandemia, respondendo prontamente e de forma muito eficaz, numa altura que muitos “desconfiavam da sua capacidade e do trabalho dos seus profissionais”, que foram, uma vez mais, “inexcedíveis a ultrapassar mais esse momento difícil da nossa história presente”.
Assinalando a prática, reiterada pela nova liderança do PSD, em tentar menorizar o PS com uma política de “casos e casinhos”, João Torres assegurou, no final da sua intervenção, que o PS “não se vai encolher, está vivo, forte e presente”.