Por isso, foi sem surpresa que o Secretário-Geral Adjunto do PS, João Torres, ouviu o líder do PSD revelar de forma “cristalina”, num almoço com empresários, que afinal “está contra o aumento das pensões”.
Uma declaração que o número dois na hierarquia da direção socialista lamentou, à agência Lusa, refutando as acusações de Luís Montenegro quando acusa o Governo de estar a usar folgas orçamentais para “captar a simpatia” de segmentos específicos da população.
Para João Torres, são declarações com estas que provam que Luís Montenegro não está minimamente preparado para governar o país, lembrando que a receita do corte de pensões como solução para o equilíbrio da Segurança Social foi, aliás, um atributo seguido pelo PSD quando esteve no Governo entre 2011 e 2015, e exemplarmente demonstrado, como realçou, no Programa de Estabilidade que então apresentou ao país, em 2015, onde previa um corte de 600 milhões de euros no sistema de pensões.
O que ninguém vislumbra no PSD, diz João Torres, é coerência, confrontando as recentes declarações de Luís Montenegro onde acusa “injustamente” o Governo de estar a “praticar políticas de austeridade”, e agora a criticar o aumento das pensões. Uma postura que, para o Secretário-Geral Adjunto do PS, revela que Luís Montenegro “não só não sabe o que quer para Portugal”, como anda deliberada e “reiteradamente a enganar os pensionistas”.
De acordo com o dirigente socialista, de pouco valem as incriminações do PSD ao Governo do PS quando sustentadas em falsas acusações ou numa retórica meramente eleitoralista, quando o que o Governo está “justamente a promover”, defendeu João Torres, “é a solidariedade intergeracional, salvaguardando a sustentabilidade da Segurança Social e promovendo a justiça que é devida em relação às pensões em Portugal”.
Por estas e outras declarações, ainda segundo João Torres, os pensionistas veem confirmado aquilo que “verdadeiramente já sabiam”, de que “não podem contar nem com o PSD, nem com a direita”.
