De acordo com o ‘número dois’ da direção socialista, que falava este sábado, em reação às declarações de Luís Montenegro, a história que o líder do PSD vai urdindo, discurso após discurso, para descrever a atuação do Governo do PS, designadamente quando acusa os socialistas de serem os responsáveis pela diminuição da qualidade de vida e do bem-estar dos portugueses comparativamente ao período entre 2011 e 2015, altura em que a direita governou o país, “envergonha seguramente todos aqueles que testemunharam” e que sentiram na pele as brutais, injustas, injustificáveis e desproporcionais medidas impostas pelo Governo das direitas em Portugal a quem vive do seu trabalho, pensionistas e reformados.
Ter memória
Dizer que, apesar das circunstâncias, como afirmou Luís Montenegro, os portugueses estão hoje a perder qualidade de vida e bem-estar em relação ao período entre 2011 e 2015, quando por cá andou a ‘troica’, não só distorce a verdade dos factos, segundo João Torres, como inverte a realidade “passada, presente e futura”, representando antes “uma tentativa infantil de reescrever a história”, expondo um discurso “truncado sobre os governos desde o 25 de abril de 1974”.
Noutro registo, João Torres lamentou que a direita e o PSD em particular insistam em não referir o papel determinante e decisivo que o PS teve na adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), hoje União Europeia (UE), criticando que, depois de se saber que Portugal foi o país da zona euro que mais cresceu em cadeia no primeiro trimestre deste ano, “e um dos países que mais cresceu em termos homólogos”, o PSD e Luís Montenegro façam orelhas moucas, preferindo “continuar a falar em empobrecimento” e a “escamotear os bons resultados da governação” do PS.
Trata-se, portanto, ainda segundo o dirigente socialista, de uma forma “absolutamente infantil” de lidar com as questões políticas, dando a este propósito o exemplo recente, que considerou paradigmático, do caso do aumento das pensões, matéria sobre a qual o líder do PSD, lembrou João Torres, se referiu como sendo apenas uma medida eleitoral.
Para o ‘número dois’ da direção socialista, as intervenções que o país vai escutando proferidas por Luís Montenegro assumem, em cadeia e cada vez mais, a figura de “defesa e de justificação interna da sua própria fragilidade e da incapacidade em assumir-se como alternativa”, e acentuam o seu “falhanço enquanto líder da oposição”.