“É preciso ter uma enorme desfaçatez” para acusar o Governo de estar a empobrecer o país, quando a realidade indesmentível o que nos mostra é que, nos anos em que a direita governou o país no século XXI, “não houve nenhum em que Portugal não tivesse ficado mais pobre do que os restantes parceiros da União Europeia”.
Esta constatação do Secretário-Geral Adjunto do PS, João Torres, foi manifestada durante os trabalhos do XVIII Congresso da Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN, que este domingo teve lugar na Foz do Arelho, no concelho de Caldas da Rainha, recorrendo o também deputado socialista às palavras por diversas vezes já proferidas pelo primeiro-ministro, António Costa, de que os únicos anos em que se tem verificado de facto convergência de Portugal com a União Europeia, “têm todos a marca dos governos socialistas”.
De acordo com João Torres, de muito pouco vale a insistência do líder do PSD, Luís Montenegro, em acusar os governos do PS de empobrecerem o país, quando esta é uma afirmação, como defendeu, que cai pela base, “não só por ser absolutamente lamentável, mas também por ser facilmente desmontável”, reafirmando que tal como os números e a realidade o demonstram, é com os governos socialistas que o país tem crescido, “enquanto o PSD é o partido do pódio do empobrecimento de Portugal”.
Para o dirigente socialista, quer no plano do crescimento económico, quer também no combate à injustiça social, já não restam dúvidas a nenhum observador atento da realidade portuguesa de que o PS “é o partido campeão” na defesa do crescimento e do Estado social, lembrando a propósito algumas das medidas já aprovadas pelos executivos socialistas que “muito têm ajudado a consolidar este crescimento”, apontando entre outras para a “atualização extraordinária das pensões mais baixas, a gratuitidade das creches ou a atualização dos escalões mais baixos do abono de família”.
Um dos grandes problemas que perpassam o PSD, disse João Torres, entre outras questões pouco abonatórias, como por exemplo insistir em “normalizar a extrema-direita”, reside no seu obstinado comportamento em querer “branquear o seu próprio passado político”, tentando com isso “passar uma esponja sobre o que significou o último governo” liderado por Pedro Passos Coelho, um desejo de esquecimento coletivo que o PSD “quer impor aos portugueses” e que o PS em nenhuma circunstância “está disponível a aceitar”.
Agenda progressista de direitos e de reforço do Estado social
João Torres acusou ainda a “nova liderança da oposição”, protagonizada por Luís Montenegro, de navegar em águas “absolutamente viciadas em demagogia” e de o PSD ser um partido “carente de sentido de Estado”, facto que considerou ser mais gravoso e “lamentável num contexto de crise económica e social” e com uma guerra a desenrolar-se na Europa.
Lembrou depois, neste XVIII Congresso da Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN, que as políticas económicas e sociais, que o PS desde há muitos anos defende e pratica, nada têm a ver com as da direita, incluindo as da Iniciativa Liberal, garantindo que o PS “vai cumprir a sua agenda progressista de direitos e de reforço do Estado social em Portugal”.