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João Ribeiro: "Chegou o momento do Governo mudar de rumo"

João Ribeiro: "Chegou o momento do Governo mudar de rumo"

João Assunção RibeiroO PS afirmou hoje que o discurso do primeiro-ministro está “longe da realidade” e, embora Passos Coelho tenha reconhecido que falhou, “insistiu na mesma receita do custe o que custar”.

“Mas custe o que custar o quê? Quantos desempregados? Quantas falências? Que resposta é que o primeiro-ministro hoje deu aos desempregados e aos empresários em dificuldades? A receita do custe o que custar falhou e o primeiro-ministro deve reconhecê-lo e mudar de rumo”, afirmou o porta-voz do PS, João Ribeiro.

“No dia em que conhecemos que, em junho, o desemprego já era de 15 por cento, que as falências aumentaram, que o crescimento económico não existe, o que o primeiro-ministro tem a dizer aos portugueses é que devemos aprovar uma regra de ouro”, lamentou João Ribeiro, referindo-se ao limite do défice público a 0,5 por cento do Produto Interno Bruto.

O secretário-nacional João Ribeiro afirmou que o “primeiro-ministro escolheu o seu caminho há muito tempo e teve todas as condições políticas para cumprir o seu orçamento”, reiterando que “esta receita falhou, está a falhar em Portugal e falhou noutros países e chegou o momento de o Governo mudar de rumo”.

O PS considera que Pedro Passos Coelho deu dois sinais positivos ao longo do discurso desta noite na Festa do Pontal,por um lado, reconheceu “pela primeira vez” que a origem da crise está no sistema financeiro, “um facto da maior importância e que é uma inovação no discurso do primeiro-ministro”, e, por outro lado, admitiu que “há sempre outros caminhos”.

João Ribeiro afirmou que “nenhum português já acredita nas previsões deste Governo”, uma vez que “todas as previsões saíram goradas” e lamentou o “discurso moralista, na linha do que são os discursos da senhora Merkel”.

“O que é importante é perceber que cada décima são dezenas de milhares de portugueses e que o Governo tem de agir para combater o desemprego. Não pode ser um Governo de braços caídos e hoje não houve um discurso de esperança, não foi apresentada nenhuma medida que possa dar qualquer sinal de esperança aos portugueses que estão no desemprego”, disse ainda o porta-voz do PS.