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João Galamba: “descida do rating revela um problema a nível europeu”

João Galamba: “descida do rating revela um problema a nível europeu”

O deputado socialista João Galamba considera que a descida do ‘rating’ da dívida portuguesa pela Moody’s “revela sobretudo um problema a nível europeu” e que é “inevitável” que estas descidas continuem a ocorrer.

Em declarações à Agência Lusa, João Galamba afirma que a decisão da Moody’s “revela sobretudo um problema a nível europeu” e “não tem tanto a ver com uma insuficiência de austeridade ou de medidas ou [com a] incapacidade [de Portugal], mas sim com a deficiente resposta que a União Europeia (UE) tem dado às crises da dívida soberana no último ano e meio”.

Para o deputado socialista eleito pelo círculo de Santarém, “é inevitável que continuem a ocorrer descidas de ‘rating’ enquanto a Europa não alterar o modo como encara a crise da dívida soberana”. É preciso, defende o deputado, “deixar de olhar para estes problemas como problemas do país A ou B” e encarar a situação como sendo “um problema sistémico que a todos diz respeito”.

João Galamba aponta ainda “uma lacuna no programa do Governo” que é a “omissão total de Europa”, o que significa que o Executivo “está convencido que, de facto, esta crise é sobretudo portuguesa, e não uma crise sistémica que só pode ser resolvida a nível europeu”.

O deputado socialista prevê ainda que o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, “tenderá a concordar com esta visão da crise”, pelo que “alinhará integralmente nas posições tradicionais dos credores e dos países do Norte da Europa”.

Para João Galamba, a “única forma” de resolver a crise de dívida europeia é “aplicar escrupulosamente o memorando da troica (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), mas “nunca perder de vista que há uma segunda parte da solução”, que “depende de uma resposta europeia, que até agora não tem havido”.

João Galamba manifestou ainda “sinceras dúvidas” de que o ministro das Finanças “seja capaz de liderar esta discussão, uma vez que construiu toda a sua carreira académica no pressuposto de que crises sistémicas na Zona Euro eram uma impossibilidade teórica”.