Isolar a Grécia é uma ideia errada e perigosa
O secretário-geral do PS afirmou em Bruxelas que “a ideia de diabolizar a Grécia e de isolar a Grécia é uma ideia errada e perigosa”, considerando que o alinhamento com Berlim “é um erro persistente que o Governo português tem feito, com a fé que tem de que da austeridade vai resultar o crescimento”.
“Depois de três anos de experiência, há um resultado muito claro: a austeridade fracassou do ponto de vista político e fracassou do ponto de vista económico. Do ponto de vista económico, gerou deflação e gerou desemprego; e do ponto de vista político, só tem vindo a fortalecer os radicalismos”.
António Costa disse esperar que se deve “recentrar” o debate em curso, e “evitar confrontação”.
“Não há uma questão grega. Há uma questão europeia e que deve ter uma resposta europeia, e essa resposta deve-se centrar, em primeiro lugar, numa resposta positiva às situações de catástrofe social que se vivem em vários países, e em particular nos países sujeitos ao ajustamento, como acontece na Grécia, como acontece em Portugal, como acontece em Espanha”, e que exigem como respostas imediatas “um programa de resposta à crise social e um programa de recuperação económica”.
Perspetivando as discussões que prosseguirão em torno da Grécia, reforçou que é errado o caminho que tem sido seguido, de isolar Atenas desde a tomada de posse do novo governo de Alexis Tsipras, até porque a Grécia é “um país fundamental do ponto de vista geoestratégico, um dos grandes pilares da NATO, numa região onde a Europa não pode ignorar a sua enorme sensibilidade”.
“O conflito na Ucrânia e a situação no Médio Oriente exigem um reforço da coesão europeia, exigem uma Grécia de pleno direito na UE”, defendeu.
Antes de um Conselho Europeu informal que será precisamente consagrado à Ucrânia, combate ao terrorismo e Grécia, no contexto do aprofundamento da União Económica e Monetária, António Costa participou no encontro de líderes da família socialista europeia, a convite do presidente do PES, Serguei Stanishev.