INVESTIMENTO INÉDITO
O Governo liderado por António Costa está apostado em inverter as opções políticas do anterior governo da direita que se traduziram, nomeadamente, no encerramento de troços de linha férrea, na ausência de investimento no material circulante, desinvestimento e redução de trabalhadores.
A CP viveu uma redução acentuada de efetivos. Entre 2011 e 2015, saíram da empresa cerca de 557 trabalhadores de um total de 3241 trabalhadores, o que equivale a 17% do quadro da CP.
“Desde que o atual Governo tomou posse, o investimento na ferrovia tornou-se uma prioridade e uma das dimensões deste investimento foi o procurar inverter a redução de trabalhadores da CP, tendo-se pela primeira vez desde 2011 aumentado o número de trabalhadores, e perspetiva-se continuar a reforçar o numero de trabalhadores da CP no ano de 2019 e seguintes, para capacitar a CP, com o objetivo de se reter conhecimento e potenciar a qualidade de serviço prestada” declarou Ana Catarina Mendes.
Em relação à saída de muitos trabalhadores e ao aumento da idade média do quadro de pessoal da empresa, a dirigente socialista considera que “é urgente dotar a CP de capital humano, principalmente para funções operacionais, em termos de quantidade e qualidade”, através da “admissão de mais efetivos” por forma a “melhorar o serviço e reduzir ainda o número de horas de trabalho suplementar”.
Plano de investimentos
Logo após assumir funções, o Governo decidiu lançar o programa de investimentos “Ferrovia 2020”, o que corresponde “ao maior investimento de décadas na modernização e eletrificação da ferrovia em Portugal. Mais de 2 mil milhões de euros, com intervenções a efetuar em mais de metade da rede ferroviária nacional, o que é um sinal evidente da aposta deste Governo na ferrovia”, salientou a dirigente socialista, indicando como exemplos as obras a decorrer nas linhas do Minho, Douro, Norte, Beira Alta, Beira Baixa e Leste.
De acordo com Ana Catarina Mendes, o Plano Ferrovia 2020 constitui o maior investimento das últimas décadas na infraestrutura ferroviária ao afetar 2000 milhões de Euros na modernização/eletrificação de linhas, o que permitirá intervencionar “metade da rede, incluindo os principais eixos: Linhas do Norte, Minho, Douro, Beira Alta, Beira Baixa, Sines-Caia (todos em obra), e Algarve (lançamento de obras previsto para 2019)”.
O plano prevê também a “aquisição de material circulante, designadamente através do concurso internacional para aquisição de comboios, incluindo bi-modo (diesel e elétrico), o qual está previsto no OE 2018 e cujo caderno de encargos se encontra em fase final de elaboração”, revela a deputada socialista.
A secretária-geral do PS destacou que, “em termos de recursos humanos, está prevista a contratação de 102 trabalhadores para a EMEF nas próximas semanas, o que acrescerá às 124 autorizações de recrutamento realizadas entre dezembro de 2015 e agosto de 2017”, feitas pelo atual Governo.
De acordo com as estimativas oficiais, em 2018 serão investidos cerca de 27 milhões de Euros, o que corresponde a “um acréscimo de 40% do investimento realizado em 2017”. Este investimento destina-se “maioritariamente à conservação e manutenção de material circulante, nomeadamente na continuação da requalificação de meia vida dos Alfas, de unidades a diesel e de comboios afetos à Linha de Cascais”, afirmou Ana Catarina Mendes, o que significa “um aumento de 54%” face a 2015, o último ano de governação PSD/CDS”, concluiu a dirigente socialista.